O partido Rede Sustentabilidade, da candidata derrotada Marina Silva, divulgou nota na madrugada desta quinta-feira e se declarou contra Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições presidenciais. O partido teceu críticas ao PT, de Fernando Haddad, mas foi incisivo ao recomendar que seus eleitores “não destinem nenhum voto” ao presidenciável do PSL.
“É impossível ignorar que o projeto de Bolsonaro, conforme tem sido reiteradamente afirmado, representa um retrocesso brutal e inadmissível em três pontos muito caros aos princípios e propósitos da Rede. Primeiro, promete desmontar inteiramente a estrutura de proteção ambiental existente no país, conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas (…). Segundo, é um projeto que despreza direitos humanos e a diversidade existente na sociedade, promovendo a incitação sistemática ao ódio, à violência e à discriminação. Por fim, é um projeto que ameaça a democracia e põe em xeque as conquistas históricas desde a Constituinte de 1988″, afirmou o comunicado.
Na nota, o partido também criticou “as práticas condenáveis do PT”, mas reiterou a seus eleitores que não votem no candidato do PSL. “[A Rede] não tem ilusões quanto às práticas condenáveis do PT, dentro e fora do governo. No entanto, frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, a Rede Sustentabilidade recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país”, completa a nota. A Rede se declarou ainda oposição democrática a qualquer um dos governos que vencer.
No primeiro turno das eleições, Marina Silva teve 1.069.577 votos, representando 1% dos votos válidos. Ela foi a oitava colocada entre os treze que concorreram ao cargo de Presidente da República em 2018.