O presidente Jair Bolsonaro e o governador Joāo Doria entraram novamente em rota de colisāo nesta sexta-feira. O atrito se deu pelo anúncio do investimento de 1 bilhāo de reais na fábrica em Sorocaba (SP) feito ontem pela CEO da Toyota na América Latina, Masahiro Inoue, em conjunto com Doria, que está em viagem oficial no Japāo.
Em busca de uma notícia positiva na área ambiental, o presidente tentou colher os louros do anúncio, dizendo que ele é resultado do programa RenovaBio, criado durante o governo Temer para estimular a produção de etanol no Brasil. Em dezembro de 2018, a Toyota anunciou o lançamento do novo Corolla com tecnologia híbrida flex – a primeira no mundo -, que se move por eletricidade, gasolina e etanol. O aporte para a fabricaçāo do carro foi de 1 bilhāo de reais aplicado na fábrica de Indaiatuba (SP).
Nesta quinta-feira, a empresa japonesa divulgou um novo investimento, também de 1 bilhão de reais, para a produçāo de um novo carro, na fábrica de Sorocaba (SP). O automóvel também deve vir na opçāo híbrida flex, mas os detalhes dele ainda sāo guardados em sigilo. Em sua live semanal no Facebook, Bolsonaro se queixou do fato de nāo ter sido citado na divulgaçāo do projeto no Japāo. “Para variar a notícia nāo tem o meu nome”, disse ele.
Doria rebateu o presidente, dizendo que ele confundiu os dois anúncios de investimento e que neste último ele não teve nenhuma participação. “Ele confundiu os projetos. Eu recomendo ao presidente que trabalhe mais e tuíte menos. Agora não é hora de dissidências. Eu nāo quero entrar em polêmicas nem estimulá-las”, afirmou o governador em Tóquio após encontro com industriais japoneses.
No evento de ontem, a diretoria da Toyota só citou a parceria com o governor paulista, frisando que 95% dos investimentos se concentram no Estado de São Paulo.
Ao ler a postagem, auxiliares de Doria se irritaram e comentaram que Bolsonaro “pegou o bonde andando e já quer sentar na janelinha”.
Na conversa, Doria ainda lembrou que convidou pessoalmente Bolsonaro para acompanha-lo em uma viagem a China, feita no fim de agosto, mas o presidente declinou do convite.