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Quem é Luiz Henrique Mandetta, futuro ministro da Saúde de Bolsonaro

Ex-secretário de Saúde de Campo Grande, ele é o terceiro deputado filiado ao DEM a ser anunciado no primeiro escalão do governo

Por André Siqueira Atualizado em 21 nov 2018, 19h00 - Publicado em 21 nov 2018, 17h27

Anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 20, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), 53 anos, será o futuro ministro da Saúde. O nome foi confirmado por Bolsonaro no Twitter, após encontro dele com representantes do setor.

Médico ortopedista formado pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1989, Mandetta concluiu em 1992 uma pós-graduação em ortopedia pediátrica pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e, em 1995, uma especialização na mesma área pela Emory University, em Atlanta, nos Estados Unidos.

À frente da Saúde, Mandetta terá à disposição 128,19 bilhões de reais, o segundo maior orçamento da administração federal, atrás apenas do Ministério do Desenvolvimento Social (745 bilhões de reais), que cuida da Previdência.

O futuro ministro é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico enquanto esteve à frente da Secretaria de Saúde de Campo Grande (MS), entre 2006 e 2010. Uma auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU), em 2014, apontou que, apesar de o pagamento pelo contrato estar praticamente finalizado, o sistema não havia sido instalado nas unidades de saúde. O futuro ministro nega irregularidades. 

O caso estava no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi remetido à Justiça Federal do estado depois da decisão da Corte que restringiu o foro privilegiado a parlamentares a crimes cometidos durante e em função dos mandatos de deputados e senadores.

Em 2010, um ano após trocar o MDB pelo DEM, Luiz Henrique Mandetta candidatou-se ao cargo de deputado federal. Na ocasião, foi eleito com 78.700 votos. Durante seu primeiro mandato, foi presidente da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF). Em 2014, foi reeleito com 57.300 votos. Mandetta é autor ou coautor de 30 projetos legislativos na Câmara. Um deles, sugerido por ele há quatro anos, virou a lei que determina que a denominação de “médico” deve constar obrigatoriamente dos diplomas emitidos por instituições de ensino superior.

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Na campanha pela reeleição, o futuro ministro recebeu 100.000 reais da operadora de planos de saúde Amil, valor repassado pela direção nacional do DEM, e 93.980 reais da Cirumed Comércio Ltda, uma loja de artigos e equipamentos hospitalares de Campo Grande. A Cirumed já havia injetado 50.000 reais nas contas eleitorais de Mandetta em 2010. Ainda em 2014, a JBS aparece como doadora originária de 25.086 reais encaminhados à campanha de Mandetta pela campanha do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Nas duas eleições que disputou, Luiz Henrique Mandetta declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) valores em cotas de capital da Unimed Campo Grande, instituição que presidiu de 2001 a 2004. Em 2010, o montante foi de 8.865,81 reais; em 2014, passou a 10.135 reais. No total, em 2010, ele informou um patrimônio de 539.617,57 reais à Justiça Eleitoral, valor que foi de 634.577,54 reais quatro anos depois.  

No pleito de 2018, o deputado do DEM não concorreu à reeleição. Na atual legislatura, Mandetta votou a favor das duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer com base nas delações premiadas e gravações de executivos da JBS. A Câmara dos Deputados rejeitou as duas denúncias.

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Terceiro ministro filiado ao DEM

Luiz Henrique Mandetta é o terceiro deputado do DEM a ser anunciado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro em sua equipe ministerial. Antes dele, foram escolhidos Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro-chefe da Casa Civil, e Tereza Cristina (DEM-MS), que estará à frente da Agricultura.

A indicação do futuro ministro da Saúde reforça a tendência de Bolsonaro de negociar com as frentes parlamentares temáticas, em detrimento dos partidos. A exemplo do que ocorreu com Tereza Cristina, presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, conhecida como bancada ruralista, Mandetta teve seu nome referendado pela Frente Parlamentar da Saúde.

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