Ex-policial militar e um dos amigos mais próximos da família do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabrício Queiroz passou a ter uma obsessão desde que se livrou das investigações do caso das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele quer entrar para a política.
Queiroz chegou a concorrer a uma vaga de deputado estadual nas eleições de 2022, mas, sem o apoio político ou auxílio dos amigos, acabou conquistando apenas 6,7 mil votos. Agora, pretende lançar sua candidatura a vereador nas eleições do ano que vem. E já começou a dar os primeiros passos.
O ex-assessor de Flávio já pediu desfiliação do PTB, pelo qual disputou as últimas eleições, e migrou para um partido que considera mais conservador: o Democracia Cristã (DC), comandado pelo notório José Maria Eymael. A decisão de concorrer ao legislativo municipal se deu quando ele percebeu que 5 mil votos que conquistou em 2022 eram de moradores da capital.
O tema “rachadinha” assombra Queiroz?
Queiroz conta já ter até bandeiras de campanha. Uma delas diz respeito a um assunto que lhe custou caro até pouco tempo atrás: as rachadinhas. Diz que, caso eleito, pretende escalar parte de sua equipe de gabinete para atuar como “caçadores de rachadinha” na Câmara do Rio.
O ex-policial foi investigado pelo Ministério Público do Rio sob suspeita de ser o operador do esquema que supostamente confiscava o salário de servidores que trabalhavam para Flávio Bolsonaro na Alerj. “Esse assunto é passado para mim. Agora isso é com o (André) Janones [deputado federal acusado de ficar com parte dos vencimentos dos servidores do seu gabinete]. Vou colocar 10 policiais reformados no meu gabinete para cobrar os vereadores. Vão ser os caçadores de rachadinha”, disse o ex-policial, em entrevista a VEJA.
Vivendo com a mulher e os filhos em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, Queiroz divide seu tempo prestigiando solenidades de colegas do Exército e frequentando o clube de veteranos paraquedistas. “Não tenho padrinho. Se Jair [Bolsonaro] fizesse algum aceno seria bom. Mas ele não votou no passado. Devia ter outros melhores do que eu. Ele sempre me falava isso: ‘No dia em que eu deixar de ser eleito é porque apareceu outro melhor’. Então Lula é melhor do que ele, porque foi eleito”, diz, com certo ar de ressentimento.