O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, pagou as mensalidades das escolas das filhas e fez ao menos um depósito de 25.000 reais pessoalmente na conta da mulher do filho do presidente Jair Bolsonaro, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, segundo investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro que embasou a prisão preventiva do policial militar reformado nesta quinta-feira, 18, em Atibaia (SP).
“Queiroz não se limitava à arrecadação dos valores junto aos demais assessores, já que o aludido investigado também transferia parte dos recursos para o patrimônio familiar do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro, mediante depósitos bancários que ocorriam de forma fracionada em valores menores e pagamentos de despesas pessoais”, diz trecho da decisão proferida pelo juiz Flavio Itabaiana.
A investigação também mostrou que Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Queiroz, recebeu em dinheiro 174.000 reais, “de origem desconhecida”, que foram usados para custear o tratamento de câncer a que o ex-assessor foi submetido no Hospital Albert Einstein, um dos mais luxuosos de São Paulo.
Os pagamentos à família de Flávio Bolsonaro revelam que Queiroz não era um mero funcionário do seu gabinete quando ele era deputada estadual na Assembleia Legislativa do Rio. Nas palavras do MP, o ex-assessor era o “operador financeiro” do esquema. Os promotores ainda afirmaram que o padrão de vida do policial militar reformado “parecia estar acima de suas posses” e que ele estava recebendo dinheiro de terceiros para se manter nos últimos meses.