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PT teme que protagonismo de Janones roube votos do partido

Levantamento mostra que, apesar das postagens controversas, deputado bombou nas redes após aproximação com Lula

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 set 2022, 19h31

Incensado pelo PT, o deputado federal André Janones (Avante-MG) anunciou em 4 de agosto que desistiria da disputa à Presidência para apoiar a campanha do ex-presidente Lula (PT). A atitude é considerada um grande gesto entre petistas, que sonham que os até 4% de intenções de voto que o deputado chegou a alcançar podem ser decisivos para resolver a eleição no primeiro turno. Eles acreditam ainda que o deputado-blogueiro, além de ajudar Lula a avançar na arena virtual, pode aproximar laços com o público evangélico e com os eleitores mais jovens e humildes.

O protagonismo do congressista, em boa parte relacionado à viralização de suas publicações nas redes, tem dividido o partido. Enquanto uma ala defende que a ação dele em mídias sociais é benéfica, outra já demonstra preocupação tanto com o conteúdo propagado quanto com a possibilidade de Janones passar de aliado a vilão. Isso porque o parlamentar é candidato à reeleição, e o sucesso dele nas urnas pode ser revertido para “puxar” a eleição de candidatos de seu partido, o Avante – o sistema eleitoral estabelece um cálculo que distribui os votos com os candidatos de uma mesma legenda.

Por este raciocínio, candidatos petistas podem enfrentar dificuldades em solo mineiro geradas pela fama do congressista. “O Janones ajuda só a campanha dele mesmo, e ainda pode nos prejudicar”, afirmou um deputado do PT.

Levantamento feito pela consultoria Arquimedes a pedido de VEJA ilustra o sucesso alcançado pelo deputado desde que passou a colar sua imagem à de Lula. Em agosto, o deputado viu seu nome explodir nas redes sociais. Ele dobrou o número de seguidores no Twitter (de 149 mil para 300 mil), gerou mais de 6 milhões de interações (o triplo do que Ciro Gomes, por exemplo) e teve o nome 2.700 vezes mais citado do que em julho: foram quase 2 milhões de menções a um deputado que, a menos a nível parlamentar, é considerado do baixo clero.

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O sucesso de Janones nas rodas de conversas virtuais —  recheada de ataques, agressões e xingamentos a adversários — em grande parte deve-se à rede bolsonarista: 62% do debate em torno dele partiu de perfis de apoiadores do presidente. No Facebook, o deputado atingiu em agosto o melhor mês do ano inteiro, com mais de 5 milhões de interações.

A conversão de votos e deslocamento de seguidores para Lula ainda é incerto. Desde o começo de agosto, os perfis do petista no Facebook, Twitter e Instagram somaram 1.060.000 de novos seguidores, enquanto a média mensal era de cerca de 500.000. Neste período, Lula viveu o melhor mês nas três plataformas e somou 46 milhões de interações – contra 27,5 milhões em julho. Não é possível, porém, creditar o avanço especificamente a Janones, já que agosto marcou o início oficial da campanha e teve a participação do ex-presidente em debates e campanhas de rua.

Em um recente reunião com representantes das dez legendas que apoiam a candidatuta do ex-presidente Lula, o deputado deu conselhos sobre redes sociais e tentou justificar o conteúdo destemperado que publica: “Nas redes, o que é bonito é feio, e o que é feio é bonito”, disse.

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