Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso e impedido pela Justiça de participar do debate presidencial da TV Bandeirantes, que acontecerá na noite desta quinta-feira, 9, o PT confirmou que fará uma transmissão paralela pela internet durante o programa.
O “Debate com Lula”, como será chamado, reunirá o candidato a vice-presidente na chapa anunciada pelo partido, Fernando Haddad, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) – escolhida para ser vice na chapa após a Justiça Eleitoral definir a situação do ex-presidente na disputa -, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o coordenador da campanha, José Sergio Gabrielli.
O debate paralelo começará às 22h, no mesmo horário da programação da emissora de TV. O PT avalia que um programa pelas redes sociais daria mais exposição a Haddad e Manuela do que se os dois fossem ao debate na TV como convidados.
A estratégia do partido é vincular diretamente os candidatos à imagem de Lula, preso em Curitiba desde 7 de abril.
O debate da TV Bandeirantes, primeiro da eleição presidencial de 2018, terá a participação de presidenciáveis de todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). A mediação será feita pelo jornalista Ricardo Boechat.
A cobertura de VEJA, feita diretamente do estúdio da Band, pode ser acompanhada pelo portal VEJA.com e também no Instagram, no perfil vejanoinsta.
TRF4 barra Lula em debate
O PT teve negado nesta quinta-feira mais um pedido para autorizar a participação de Lula no debate Band. A nova decisão é da desembargadora Cláudia Cristina Cristofani, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Para ela, a legenda não é parte legítima para fazer a solicitação e sequer analisou seu mérito. Decisão semelhante já havia sido tomada em primeira instância e, por essa razão, o PT apresentou novo pedido à corte.
A defesa do partido, representado pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, argumenta que deveriam ser garantidos a Lula os mesmos direitos assegurados aos demais representantes dos partidos na disputa eleitoral, como conceder entrevistas e participar de debates.
“Os pedidos do impetrante se limitam à prática de atos pelo seu candidato diretamente relacionadas ao processo de pré-campanha e, de forma alguma, imiscuem-se nas particularidades do cumprimento provisório de pena que não estejam vinculadas ao processo eleitoral”, diz o recurso.
Em sua decisão, contudo, a desembargadora viu “abuso” nos pedidos do partido. “Ao forçar a reapreciação de postulações por incontáveis vezes, drena os recursos escassos do serviço público de resolução de litígios”, escreveu a magistrada.