Promotoria vai apurar possível omissão da gestão Haddad na morte de moradores de rua
Inquérito civil busca identificar se a prefeitura deixou de adotar as providências necessárias para os meses de frio
A promotoria dos Direitos Humanos de São Paulo vai apurar se houve omissão na morte de pelo menos cinco moradores de rua na gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) devido às baixas temperaturas nos últimos dias.
Segundo a promotoria, os óbitos serão investigados no âmbito criminal e “no inquérito civil será apurado se a Prefeitura Municipal deixou de adotar as providências necessárias para evitá-las”. Essa apuração integrará um inquérito sobre a Operação Frentes Frias, da Prefeitura de São Paulo, que tem como objetivo acompanhar e investigar os serviços prestados aos moradores de rua durante os meses de frio.
A promotora Beatriz Helena Butin é a responsável pelo inquérito que corre desde 2014. E, de acordo com Ministério Público, dados da operação já foram solicitados ao Poder Público Municipal, mas ainda não foram encaminhados à promotoria.
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Colchões recolhidos – Nesta terça-feira, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) admitiu que tem de recolher papelões e colchões dos moradores de rua com o intuito de não “privatizar o espaço público”. Segundo o comandante da GCM, inspetor Gilson Menezes, a Guarda auxilia a remoção dos materiais e “são retirados os colchões, realmente. É para tirar moradias precárias”, afirmou.
Haddad declarou, na segunda-feira, que a medida visa impedir a “refavelização” de praças e espaços públicos.
Segundo a Pastoral do Povo de Rua, cinco moradores de rua já morreram em decorrência do frio intenso na capital paulista. O primeiro homem foi encontrado morto na rampa de acesso a estação de metrô Belém, na Zona Leste, na última sexta-feira. No domingo, três moradores de rua foram encontrados mortos, um na Avenida Paulista, no Centro, e outros dois em Santana, na Zona Norte. Nesta segunda-feira, mais um morador de rua foi encontrado morto na região central da capital.
O último levantamento da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), de 2015, apontou que 15.905 pessoas vivem nas ruas da capital.