Ainda sob o risco de ser impedido de mostrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no horário eleitoral antes mesmo de seu registro de candidatura ser julgado, o primeiro vídeo do programa eleitoral do PT, que vai ao ar no próximo sábado (1º), o partido preocupou-se em apresentar logo nos primeiros momentos o candidato a vice Fernando Haddad, virtual substituto do petista caso sua candidatura à presidência seja negada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O ex-prefeito de São Paulo aparece aos 17 segundos do filme, que tem um total de 2min38s. “Lula foi perseguido, foi acusado injustamente, mas nós estamos aqui para garantir Lula dia 7 de outubro, Lula na corrida presidencial e Lula presidente”, diz Haddad enquanto caminha em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia do registro da chapa, em 15 de outubro. O vídeo alterna imagens do candidato a vice com as de milhares de manifestantes que foram a Brasília naquele dia em apoio ao líder petista.
Lula, entretanto, é quem fica mais tempo no ar: 1min04s. Em gravação feita antes de sua prisão pela Operação Lava Jato em 7 de abril, Lula apela para a impopularidade do presidente Michel Temer (MDB), sem citá-lo. “O governo não pode só falar em corte, corte, corte e só cortar dos mais pobres. Então é preciso mudar o tom da música. Nós já provamos que é possível o Brasil ser melhor. Só tem um jeito para o Brasil, é a gente voltar a acreditar no povo brasileiro, a gente voltar a inserir o povo na economia, com emprego, financiamento e crédito”.
O programa termina com imagens de manifestações pedindo a liberdade do petista e depoimentos de pessoas explorando um sentimento de “saudade” dos anos em que Lula estava no poder e o tom messiânico que o PT sempre atribuiu ao seu líder. A estratégia de reforçar o nome de Haddad — e preparar terreno para uma eventual substituição na chapa — volta no jingle final, que dá ao nome do vice o mesmo peso do nome do ex-presidente.
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