Preso na semana passada por ser considerado um dos principais organizadores dos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, foi transferido nesta terça-feira, 24, para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Até então, o bolsonarista estava detido na da sede da Polícia Federal (PF).
Cruz Junior foi um dos oito alvos dos mandados de prisão expedidos pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, na semana passada. Além das detenções, a polícia também cumpriu 16 mandados de busca e apreensão para tentar avançar nas investigações sobre quem participou e financiou os atos de vandalismo que aconteceram em Brasília. Antes do quebra-quebra, Ramiro dos Caminhoneiros usava suas redes sociais para incentivar seus seguidores a invadir a Praça dos Três Poderes e também para pedir doações via PIX.
Em nota, a defesa do bolsonarista afirma que Cruz Junior “jamais tentou se furtar da Justiça”. No texto, os advogados também reclamam de um suposto abuso cometido pelos agentes da PF no dia que efetuaram a prisão. “A PF arrombou a porta da parte de baixo e também arrombou a porta de acesso a residência sem interfonar ou tocar a campainha”, diz a nota, assinada pelos advogados Alexandre de Vasconcelos Falcão, Bamam Torres e Ana Luiza Castro.
Os advogados ainda se queixaram que nenhum agente da polícia envolvido na operação daquele dia se identificou para cumprir as ordens do Supremo. “A falta de cumprimento e respeito aos procedimentos, normas e leis dispostos no ordenamento jurídico brasileiro causa demasiada insegurança jurídica a toda a sociedade do País”, ressalta o texto. A defesa vai pedir para que Ramiro fique detido em casa, com uso de tornozeleira eletrônica e sem usar as redes sociais.