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Presidente do PROS é acusado de sumir com bens da legenda

Eurípedes Junior nega acusação que envolve bens estimados em 50 milhões de reais

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 mar 2022, 18h21 - Publicado em 6 mar 2022, 18h11

O PROS virou caso de polícia. De novo. Marcus Vinícius de Holanda, que reivindica a presidência do partido na Justiça, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Planaltina (GO) contra o presidente de fato do partido, Eurípedes Junior. Na ocorrência, Holanda diz que chegou ao seu conhecimento que Eurípedes está retirando da gráfica da legenda todos os equipamentos do parque gráfico, além de dez veículos, um helicóptero Robinson R66, computadores equipamentos de energia solar e móveis, itens avaliados em 50 milhões de reais. Holanda divulgou vídeos de caminhões movimentando todo o material.

Holanda disse a VEJA que foi à sede da gráfica do PROS e que todo material já foi retirado. “Fizemos as imagens de drone e não sobrou nada lá na gráfica”, disse Holanda. Atrás dessa ocorrência está uma briga de foice pelo controle do PROS. O embate chegou ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, onde Holanda impetrou uma ação contra Eurípedes, na qual pede o controle sobre os bens do partido. Holanda perdeu em primeira instância, mas o TJ julga o processo em segunda instância na próxima terça-feira. Segundo a denúncia, todos os equipamentos estariam sendo removidos para São Paulo.

reprodução
Um dos caminhões que teriam sido usados para retirar material da gráfica do PROS (reprodução/Reprodução)

Eurípedes Junior tem um histórico de ocorrências. Em 2017, o TSE decidiu quebrar o sigilo do partido, em função da compra de mansão, helicóptero e outros bens com recursos do fundo partidário. Ainda em 2017, VEJA publicou reportagem com entrevistas de dirigentes do PROS confirmando delação premiada da Odebrecht, com a acusação de que o PROS se vendeu à campanha de Dilma Rousseff.

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Em 2018, o ex-diretor jurídico do PROS, João Leite, confirmou a VEJA que foi pessoalmente à sede da JBS em São Paulo para pegar propina de 1,7 milhão de reais para o PROS, sem deixar rastros. Era uma forma de comprar o partido para apoiar Dilma Rousseff.  Em 2018, Niomar Calazans, do PROS, disse a VEJA que os irmãos Ciro e Cid Gomes pagaram 2 milhões de reais para comprar o controle do PROS no Ceará durante as eleições de 2014.  Em 2019, a ex-mulher de Eurípedes, Sandra Caparrosa, acusou o ex-marido de usar laranjas para esconder os imóveis.

O presidente do PROS, Eurípedes Junior, pediu a VEJA que falasse com o advogado do partido. O advogado do PROS, Bruno Pena, nega as acusações de Holanda. Pena diz que o partido decidiu vender o helicóptero e a gráfica. Ele diz que Holanda fez uma convenção para se eleger presidente do partido, em um hotel em Brasília, e que a atual denúncia é uma forma de tentar criar fatos para forçar uma decisão judicial desfavorável a Eurípedes.

Marcus Holanda espera ganhar a disputa na Justiça na próxima semana. Ele afirmou que o voto do relator do processo dá vitória a ele. Eurípedes Junior não poderia vender este material da gráfica e nem o helicóptero, diz Holanda, por estarem sub judice. Holanda acrescentou mais uma denúncia, que dessa vez envolve sua família e Eurípedes. Holanda confirmou a VEJA que a Holanda Videomaker, que estava em nome do filho dele, recebeu 1,9 milhão da JBS e que repassou todo esse dinheiro para a campanha de Eurípedes Junior. “Esse 1,9 milhão foi usado na campanha dele (Eurípedes) em 2014”, diz Holanda. “Repassou 1,9 milhão. Isso foi um caixa dois”, disse Holanda. Era dinheiro para apoio do PROS à campanha do PT.

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