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Presidenciáveis focam em marketing para reverter recordes de rejeição

Estratégias vão de assumir a paternidade da vacinação contra a Covid a transferir para o STF a responsabilidade por libertar corruptos

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Rafael Moraes Moura 20 nov 2021, 13h21

A repulsa do eleitor aos candidatos à Presidência da República nunca foi tão grande e, faltando menos de um ano para a disputa ao Palácio do Planalto, as principais campanhas têm encomendado sucessivas pesquisas para o que pode futuramente ser o antídoto contra a desilusão e o desalento do brasileiro médio com a classe política. Se no passado medições acima de 30% de rejeição eram consideradas proibitivas para quem aspirava à Presidência, hoje os presidenciáveis estão lidando com cifras de aversão que ultrapassam os 50%.

Um levantamento interno do DEM, que ainda ensaia uma pré-candidatura do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (46% de rejeição), identificou que o eleitor está hoje mergulhado em um “ambiente emocional fortemente deprimido” e que sentimentos como “vergonha”, “incerteza” e “medo” predominam quando avaliado o que o brasileiro pensa de seus governantes. Outro estudo, do Podemos, que recentemente lançou Sergio Moro ( 61% de rejeição) na corrida presidencial, detectou que o ex-juiz da Lava-Jato é relacionado negativamente à palavra “decepção”, enquanto Lula é à “corrupção” e Jair Bolsonaro, à “incompetência”.

“A rejeição não é estática. Quando a pessoa é mais conhecida, a imagem dela é mais consolidada e o trabalho de reduzi-la é mais difícil, mas não é impossível.  O objetivo da campanha é diminuir a rejeição dos candidatos, melhorar a percepção do político e construir uma imagem mais positiva”, diz Márcia Cavallari, CEO do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria).

Para tentar minimizar o impacto da rejeição na casa dos 67%, o presidente, que em situações normais largaria na frente por ter a vantagem de gerir a máquina administrativa, pretende explorar o novo programa social Auxílio Brasil, que sucedeu o Bolsa Família, como exemplo de que estendeu a mão aos mais carentes. Faz parte dos planos da campanha bolsonarista culpar governadores e prefeitos pela debacle provocada pela pandemia e assumir a paternidade do programa de vacinação contra a Covid, mesmo que, negacionista, tenha trabalhado contra a compra dos imunizantes.

Aliados de Bolsonaro também pretendem resgatar a pauta de costumes e o discurso anticorrupção para atingir o PT, que foi soterrado pelos escândalos do mensalão e do petrolão.  “Não adianta falar em fantasmas, do medo da volta do PT, porque esse discurso não enche a barriga de ninguém. O fantasma do povo brasileiro são a fome, o desemprego, a gasolina, o isolamento internacional. A dificuldade do bolsonarismo é que vão ter de falar dos problemas reais que eles criaram para o Brasil”, afirma o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP).

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Com Lula, que tem 39% de rejeição, a estratégia não será muito diferente. A fim de minimizar os inevitáveis questionamentos sobre o esquema de corrupção na Petrobras, pelos bilhões desviados pelo PT e seus aliados e pela participação direta do próprio ex-presidente nas maracutaias, ele deve direcionar a campanha ao recall de seus anos de governo, em especial à lembrança de políticas de ascensão social dos mais humildes e da proximidade que mantinha com o alto empresariado.

Novato na política, Sergio Moro  não se furtará de acusar o Supremo Tribunal Federal (STF), que o declarou suspeito na Lava-Jato, de ter permitido a impunidade no país ao ter anulado sentenças e colocado condenados do petrolão nas ruas. A campanha morista vê a rejeição ao ex-juiz como algo circunstancial. Dados internos do Podemos mostram que, na região Sudeste, onde o partido pretende concentrar a estratégia eleitoral, a aversão à figura dele é menor que a de seus principais adversários. Já o tucano João Doria, frequentemente associado à imagem negativa de elitista e com índices de rejeição na casa dos 58%, pretende reforçar o discurso de que, para além de eventuais ressalvas à sua figura pessoal, é um bom gestor que entrega resultados.

“A vida é paixão e ódio permanente. Ódio é que nem veneno de cobra. No primeiro momento mata, mas depois ajuda a curar”, resumiu a VEJA o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, sobre os planos do correligionário Ciro Gomes, três vezes candidato à Presidência, para lidar com a rejeição que bate a casa dos 53%.

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O marketing político já recorreu ao discurso de ódio para salvar um candidato com alta rejeição, como no caso da reeleição de Dilma em 2014. Depois das manifestações de 2013, a petista viu a avaliação de “ótimo e bom” da sua gestão desabar de 63% para 38%, mas a agressiva campanha publicitária ajudou a então presidente a recuperar a aprovação do governo ao destruir a reputação de adversários.

Em uma das propagandas mais emblemáticas, a campanha do PT disse que a ex-senadora Marina Silva, que chegou a liderar a corrida presidencial, havia feito um pacto com banqueiros para tirar a comida do prato do brasileiro e colou nela o perfil de uma candidata sem experiência administrativa que não tardaria a enfrentar um processo de cassação. Como se sabe, depois de reeleita, foi Dilma e o PT que levaram o país a uma  monumental recessão econômica.

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