Por que Luiz Fux não irá julgar os recursos de Jair Bolsonaro no STF
Na análise do mérito do caso do golpe, ministro protagonizou um voto de quase 14 horas, único que absolveu o ex-presidente
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux não participará do julgamento dos recursos de Jair Bolsonaro e aliados contra as condenações no caso do golpe de estado. Apesar de ter participado do julgamento do mérito, ele não vai votar no plenário virtual que foi aberto nesta sexta-feira, 7, já com o voto do relator, Alexandre de Moraes, pela rejeição total dos recursos dos condenados do núcleo 1.
O motivo dessa mudança é um pedido, feito pelo próprio Fux no final de outubro, para trocar de Turma. A solicitação, atendida pelo presidente da Corte Edson Fachin, colocou o magistrado na Segunda Turma, na cadeira que era ocupada pelo ministro (agora aposentado) Luís Roberto Barroso, que antecipou a sua saída do Tribunal.
Fux foi o único a votar pela absolvição de parte dos réus da trama golpista. Ele inocentou o ex-presidente Jair Bolsonaro de todas as acusações que lhe foram imputadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e condenou apenas o ex-candidato a vice, Walter Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, a penas mais brandas do que os seus pares de Turma.
Apesar de ter sido aclamado pelos bolsonaristas, Fux foi alvo de duras críticas sobretudo dos colegas de Tribunal. O decano da Corte, Gilmar Mendes, chegou a conceder entrevistas afirmando que o colega de toga é uma “pessoa lamentável”. Bolsonaro e os demais membros da trama golpista são acusados de praticar uma série de atos contra a democracia e também contra o próprio STF. O plano Punhal Verde Amarelo pretendia assassinar Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Com a mudança de Fux para a Segunda Turma, as chances de Bolsonaro conseguir algum êxito nos seus recursos fica ainda mais remota. Os membros da Primeira Turma, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino, tendem a acompanhar Moraes, que é o relator, como já aconteceu durante o julgamento do mérito da ação. A defesa de Bolsonaro já sinalizou que deve apresentar embargos infringentes, um outro recurso para levar o caso da Turma para o Plenário. No entanto, pela jurisprudência (conjunto de julgados que formam um entendimento) do STF, é necessária a divergência de pelo menos dois ministros — e, no caso do golpe, há apenas a de Fux.
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