A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira seis mandados de prisão preventiva e três de prisão temporária na Operação Mãos à Obra, um desdobramento da operação Rio 40 Graus, que investiga um esquema de desvio de dinheiro público na Secretaria Municipal de Obras do Rio de Janeiro.
O ex-secretário Alexandre Pinto, que ocupou o cargo durante a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), está entre os presos. Ele já havia sido preso anteriormente na Rio 40 Graus, em agosto do ano passado, mas foi liberado em novembro. A investigação apura irregularidades nas obras do BRT, sistema rápido de ônibus da prefeitura do Rio. Segundo a PF, também estão sendo cumpridos dezoito mandados de busca e apreensão.
Autorizados pela juíza federal Caroline Figueiredo, substituta do magistrado Marcelo Bretas, os mandados e a operação desta terça fazem parte das investigações promovidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Os investigadores afirmam que também foram identificadas remessas ilegais de recursos ao exterior.
A PF diz que os fatos “indicam a participação de dois ex-secretários municipais e um ex-subsecretário municipal em esquemas que envolviam recebimento de propina e desvio de recursos de grandes obras executadas pela SMO na capital fluminense”. A operação ainda investiga a participação de servidores municipais, fiscais de contrato e um doleiro.
As obras do BRT Transbrasil foram retomadas em abril do ano passado, depois de ficarem interrompidas por oito meses, desde o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. No anúncio do retorno das atividades no canteiro de obras, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) chamou de “má tragédia” a interrupção das obras, ao custo de cerca de 6 milhões de reais ao mês. A estimativa é que o custo final das obras seja de 1,4 bilhão de reais.