No acordo que garantiu a filiação de Jair Bolsonaro ao PL, uma das cláusulas não ditas era de especial interesse do presidente: conseguir legenda para que fiéis seguidores seus pudessem disputar vagas de deputado federal pelo Rio de Janeiro. Segundo aliados, o mensaleiro Valdemar Costa Neto deu ao ex-capitão legenda para dez indicados de sua confiança poderem concorrer a vagas que formarão a bancada fluminense na Câmara Federal. O mais conhecido deles, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Além de Pazuello, responsável por uma política de saúde que, segundo a CPI da Pandemia, privilegiou medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid em detrimento da compra em massa de vacinas, também engrossarão as fileiras do PL em busca de uma vaga parlamentar o atual deputado Hélio Negão, que na última eleição se abraçou ao fenômeno bolsonarista para se tornar o federal mais votado do Rio, com mais de 345.000 votos, e o segurança de Bolsonaro e ex-sargento do Bope Max Guilherme Machado de Moura, hoje assessor especial do Palácio do Planalto.
Apesar da deterioração da imagem pessoal de Jair Bolsonaro, que amarga altos índices de rejeição entre o eleitorado mas ainda é o único capaz de bater de frente com Lula, líder de intenções de voto em 2022, Max pretende explorar o fato de ser auxiliar de confiança do presidente para tentar sucesso nas urnas. Estratégia semelhante a de Waldir Ferraz, amigo de Bolsonaro desde os anos 80 e que, depois de uma primeira tentativa para se eleger vereador em 2018, vai tentar chegar à Câmara dos Deputados nas asas do bolsonarismo.