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Pedido de indiciamento de Janot terá análise adequada, diz Dodge

Procuradora-geral não quis opinar se solicitação feita pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) na CPMI da JBS seria uma tentativa de intimidar o MPF

Por Agência Brasil 12 dez 2017, 14h52

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que dará “análise adequada sobre o tema”, ao ser questionada sobre o pedido de indiciamento contra seu antecessor, Rodrigo Janot, feito pelo relator da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) da JBS, deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS).

Dodge disse que “não me cabe fazer nenhuma consideração sobre intenção”, ao ser indagada se o pedido de indiciamento seria uma tentativa de intimidar o Ministério Público Federal.

O relatório da CPMI da JBS foi o último ato de Marun como deputado, antes de assumir, na quinta-feira (14), a Secretaria de Governo da Presidência da República, a convite do presidente Michel Temer (PMDB).

“Nós não recebemos ainda nenhum indicativo da CPMI nesse assunto. O que posso lhes dizer é que, quando recebermos esses documentos, haverá análise adequada, que será dada no momento oportuno”, disse Dodge a jornalistas poucos depois do pedido de indiciamento feito por Marun.

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Além do ex-procurador-geral, Marun pediu o indiciamento do procurador da República Eduardo Pellela, que foi chefe de gabinete de Janot. Os dois são acusados pelo relator da CPMI da JBS dos crimes de prevaricação e abuso de autoridade. Segundo o deputado, ambos sabiam que o procurador da República Marcelo Miller auxiliava o empresário Joesley Batista, da JBS, na produção de provas contra Temer.

No relatório, de 326 páginas, apresentado nesta terça-feira (12), Marun pede ainda o indiciamento dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e sócios do grupo J&F, por corrupção ativa, uso de informação privilegiada e manipulação de mercado; do ex-executivo da empresa Ricardo Saud, por corrupção ativa; e de Miller, por corrupção passiva e improbidade administrativa.

Vazamentos

Dodge confirmou que desde que assumiu a Procuradoria-Geral da República enviou cinco solicitações ao diretor-geral da Polícia Federal para que investigue vazamentos ilegais de delações premiadas. “Comunicações, notícias de vazamento, tenho levado com a seriedade que a lei exige, e para todos os casos que chegaram a meu conhecimento eu já determinei a investigação pela PF”, disse Dodge.

 

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