Durante a ditadura no Brasil, muitos guerrilheiros que enfrentavam o regime militar se exilaram em Cuba. Um dos casos mais conhecidos é o do ex-ministro José Dirceu, que fugiu para o país de Fidel Castro para escapar da prisão. A ditadura cubana perdeu muitos admiradores com o tempo, mas continua a despertar um curioso fascínio em alguns setores de esquerda.
Prova disso é o interesse despertado por uma iniciativa do Partido Comunista de Cuba (PCC), que vai realizar um curso de ‘capacitação’ política em Havana, entre o dia 23 deste mês e 3 de novembro. A convocação está sendo feita por intermédio do Fórum de São Paulo, entidade que representa partidos de esquerda de 27 países da América Latina, incluindo o Partido dos Trabalhadores.
O PCC explica aos interessados que o curso visa “contribuir para a formação política de suas organizações e membros” e o objetivo geral “é aprofundar e debater os princípios e valores fundamentais que devem nortear as ações das forças progressistas e de esquerda na América Latina e no Caribe”, com base nos princípios e valores dos comunistas. Democracia, decerto, não é um desses valores.
Apesar de o Partido Comunista de Cuba e o Foro de São Paulo combaterem o “imperialismo” dos países capitalistas, o curso é cotado em moeda norte-americana — 30 dólares por dia. O programa inclui “visitas a locais de interesse histórico, um grupo de trabalhadores e uma comunidade de vizinhos, momentos que permitirão interagir com os trabalhadores e a população sobre os temas que compõem o curso na perspectiva da Revolução Cubana”, diz o convite.