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Para Bolsonaro, fabricantes é que deveriam querer vender vacinas ao Brasil

Presidente questionou por que laboratórios ainda não apresentaram documentação à Anvisa

Por Redação
Atualizado em 28 dez 2020, 14h56 - Publicado em 28 dez 2020, 14h53
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  • O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira, 28, que os laboratórios que estão produzindo vacinas para combater a Covid-19 deveriam estar interessados em vender para o Brasil e questionou o motivo pelos quais eles ainda não apresentaram documentação à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

    “O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Um mercado consumidor de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles, então, não apresentam documentação na Anvisa? O pessoal diz que tenho que… Não, não. Quem quer vender… Se eu sou vendedor, eu quero apresentar”, disse ele ao sair do Palácio da Alvorada rumo ao Guarujá, no litoral paulista, onde vai passar o Réveillon.

    Bolsonaro tem levantado dúvidas sobre a eficácia das vacinas e já se queixou que laboratórios estariam isentos de responsabilidades futuras, em caso de reações adversas. Nesta segunda-feira, voltou a falar sobre o tema. “Na bula, nos contratos todos que eu vi até agora, está escrito lá: não nos responsabilizamos por efeitos colaterais. Está escrito lá, ok? Que efeito colateral é esse? Não sei”, afirmou.

    O governo federal chegou a defender que quem fosse imunizado assinasse antes um termo de responsabilidade que isentaria a União de responsabilidades por eventuais efeitos colaterais. O presidente queria que isso fosse previsto na Medida Provisória (MP ) 1003/20, que trata da adesão do Brasil à aliança global pela vacina igualitária contra a Covid-19 e que foi aprovada no último dia 18 pela Câmara. Mas o termo foi excluído da MP, que seguiu para o Senado.

    Neste domingo, 27, o presidente afirmou, por meio de suas redes sociais, que tem pressa em obter uma vacina, mas que, se exercesse pressão pelo imunizante, seria acusado de interferência. A postagem foi feita um dia após ele dizer que não dava “bola” para o fato de outros países já terem começado a vacinar a população contra a Covid-19, declaração que rendeu inúmeras críticas. México, Chile e Costa Rica foram os primeiros países da América Latina a iniciar a vacinação contra o novo coronavírus, no último dia 24, enquanto que o Brasil ficou para trás.

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    “Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais. “O presidente da República, caso exercesse pressões pela vacina, seria acusado de interferência e irresponsabilidade”, completou. A declaração vai no sentido contrário do que o presidente havia afirmado no último dia 19, quando dissera que “a pressa da vacina não se justifica”.

    Também neste domingo, 27, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que alguns grupos prioritários devem começar a receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no final de janeiro e que a imunização em massa deve começar a partir de fevereiro. Em entrevista à TV Brasil, afirmou ainda que haverá um “dia D”, em que a vacinação vai ser iniciada simultaneamente em todos os estados do país. A previsão do Ministério da Saúde é de que 24,7 milhões de doses sejam disponibilizadas em janeiro. A vacinação da população em geral deve começar aproximadamente quatro meses depois do término da imunização dos grupos prioritários.

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