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Palocci fecha acordo de delação premiada na Greenfield

Termo foi assinado com o MPF, que apura fraudes em fundos de pensão; esta é a terceira colaboração do ex-ministro

Por Da Redação Atualizado em 9 jan 2019, 18h01 - Publicado em 9 jan 2019, 16h56
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  • O ex-ministro Antonio Palocci assinou nesta quarta-feira, 9, um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no DF nas investigações da Operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão de funcionários de estatais. Desde segunda, ele presta depoimento aos procuradores do MPF. O acordo ainda precisa ser homologado pela 10ª Vara de Brasília.

    Palocci abordou a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) para que a Funcef (de servidores da Caixa) e a Petros (de funcionários da Petrobras) entrassem como acionistas da Norte Energia, proprietária da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os dois fundos, dos funcionários da Caixa e da Petrobras, respectivamente, possuem 10% cada um de participação na usina.

    Em um primeiro depoimento, ainda em 2018 e sem ter assinado um acordo, Palocci já havia dito que o ex-presidente interferia em investimentos dos fundos de pensão desde a década de 90 e que teria recebido propina por causa de sua atuação relacionada à construção de Belo Monte.

    Acompanhado de seus advogados, Palocci começou a prestar depoimentos aos procuradores na última segunda-feira, quando chegou de São Paulo. Com autorização da 12ª Vara Federal de Curitiba, ele foi a Brasília de carro para evitar exposição nos aeroportos das duas cidades. 

    O ex-ministro já assinou um acordo de colaboração com a Polícia Federal de Curitiba no qual abordou crimes cometidos no âmbito da Petrobras. Um segundo, fechado no final do ano passado com a PF de Brasília e que tramita em sigilo, envolve acusações contra alvos com direito a foro privilegiado, como políticos com mandato.

    As investigações da Greenfield começaram em 2016, quando ela já havia mapeado em sua primeira fase possíveis irregularidades no investimento em Belo Monte. À época, no pedido de prisão do ex-presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, os investigadores citam um possível desdobramento da apuração cujo alvo seria a obra de Belo Monte.

    Em agosto de 2018, os procuradores informaram, em relatório à Procuradoria-Geral da República, que os potenciais prejuízos dos casos alvos da operação chegam a 54 bilhões de reais.

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    Palocci foi condenado a nove anos e dez dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em setembro de 2016, ele foi preso na Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. Para se livrar da prisão, o ex-ministro fechou acordo de delação com a Polícia Federal, homologado pelo desembargador Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).

    No dia 29 de novembro, Palocci deixou a prisão dois anos e três meses depois de detido para cumprir pena provisória em regime prisional semiaberto domiciliar, com tornozeleira eletrônica.

    (com Estadão Conteúdo)

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