Michelle Bolsonaro (PL) resistiu muito até mergulhar na campanha do marido. Independentemente do resultado da eleição, ela foi bem-sucedida — e até já pensa em voos mais altos. De acordo com pessoas próximas, o desempenho dela foi considerado tão “excepcional” para quem nunca teve experiência com palanques que já se fala até em uma futura candidatura. “Ela não refuta a ideia, mas ainda não tem convicção sobre isso. Esse momento, por enquanto, está levando a Michelle a ter um outro olhar sobre a política”, contou um auxiliar. Uma das hipóteses consideradas pelo grupo mais próximo à primeira-dama é a disputa por uma vaga para o Senado em 2026.
Confira a apuração do resultado do segundo turno das eleições 2022.
O entusiasmo tem a ver com o desempenho da primeira-dama e com a conquista de uma amiga dela. Nos últimos meses, Michelle percorreu vários estados, acompanhou o marido em eventos de campanha, se reuniu com lideranças femininas e evangélicas. Seu maior feito, porém, se deu em Brasília, onde se dedicou a eleger Damares Alves. A ex-ministra de Bolsonaro surpreendeu ao desbancar políticos tradicionais do DF e conquistar a vaga no Senado.
Procurada, a senadora eleita destaca a importância da participação de Michelle em sua campanha, mas descarta, por enquanto, a possibilidade dela ingressar na política. “Eu brinco com ela sobre isso e ela dá gargalhadas. Michelle gosta de fazer ação social. Ela ama servir, mas não gosta de política partidária”.
Coordenadora da Frente Parlamentar Feminina das Câmara dos Deputados, Celina Leão (PP), que se elegeu vice-governadora do Distrito Federal, acompanhou Michelle em várias viagens pelo país. A congressista diz ter ficado supresa com o desempenho da primeira-dama: “Ela tem muito potencial. É uma pessoa muito carismática, que defende bandeiras importantes, como a das pessoas deficientes”, disse.
Em suas andanças, a primeira-dama defendeu as realizações do governo Bolsonaro, investiu nas pautas de costume e chamou o PT de “Partido das Trevas”. Pela lei, o cônjuge ou parentes de até segundo grau de um político no exercício do mandato não podem se candidatar. A regra serve para impedir que famílias se perpetuem no poder. Michelle, portanto, só poderia ser candidata em 2026, caso Bolsonaro não consiga a reeleição.