Enquanto prioriza as articulações na Câmara dos Deputados, onde ainda patina na formação de uma base aliada, o governo recebe sinais de que pode enfrentar dificuldades também no Senado.
Em um ambiente um pouco mais favorável, atualmente cerca de 42 dos 81 senadores compõem partidos aliados (como o MDB, PT e PDT), e ainda são esperados votos de ao menos parte do União Brasil, o que garante mais que a maioria da Casa.
Governistas, porém, reclamam que a articulação política vem cedendo principalmente às demandas da Câmara e se preparam para entregar os cargos no segundo e terceiro escalões para os deputados. “A gente está ficando sem nada”, diz um senador. “Hoje os votos estão praticamente na risca. Se nada mudar e pegar alguém em um dia de mau humor, complica”, acrescenta.
A insatisfação mostra que, na prática, ninguém está contente. Deputados se dizem preteridos e reclamam que o governo priorizou as indicações de senadores ao formar a Esplanada dos Ministérios – as três indicações do União Brasil, por exemplo, passaram pelo senador Davi Alcolumbre. Agora, enquanto corre para apaziguar a situação com a Câmara, o governo gera ciumeira do outro lado do Congresso.