O silêncio do governo sobre o tamanho da base aliada
Em meio a tropeços na largada, ninguém arrisca dizer a quantidade garantida de votos no Congresso
Sem ter passado por um teste de plenário, e em meio a tropeços na largada, lideranças e articuladores governistas passaram a adotar a política do silêncio sobre a quantidade de votos que hoje é considerada garantida no Congresso Nacional.
O foco maior de resistência reside na Câmara dos Deputados, por onde vai começar a tramitar o novo arcabouço fiscal, projeto prioritário para o Planalto. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já avisou que o governo tem uma base de cerca de apenas 200 dos 513 deputados – número insuficiente para a aprovação de qualquer proposta.
Os principais articuladores políticos refutam o número, mas, por outro lado, não arriscam dizer qual seria o real tamanho dos apoiadores. “O Congresso está muito bem, obrigado. Nós estamos pavimentando a consolidação da base. E vocês só vão saber o tamanho da base pelo painel”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ao ser novamente questionado sobre a base governista durante conversa com jornalistas, ele repetiu: “Espera o painel”.
Responsável pela articulação política, o ministro Alexandre Padilha, chefe da Secretaria de Relações Institucionais, coleciona reclamações inclusive dentro da ainda incerta base aliada. Deputados apontam para a falta de habilidade do ministro e demonstram irritação com a demora na liberação de cargos e emendas. Sem essas benesses, o governo de fato não saberá quem caminhará ao seu lado.