O presidente Jair Bolsonaro (PSL) não vê nenhum problema por parte de seu governo na relação com o Congresso Nacional pela aprovação da Reforma da Previdência. “O que eu tenho feito de errado? Onde tem um ataque meu ao Congresso ou ao Rodrigo Maia?”.
Bolsonaro respondia a uma pergunta do apresentador José Luiz Datena sobre a dificuldade de se aprovar a Reforma da Previdência em um ambiente de animosidade com o Congresso. Mencionando uma desidratação da base de apoio à proposta, Datena perguntou: “Como aprovar uma reforma se o senhor se isola?”
Na sequência de sua resposta, Bolsonaro sugere que há, por parte dos deputados, gestões para emplacar indicações na esplanada dos ministérios e que são contrariadas. “Existe essa vontade de integrar o governo. Nós somos independentes. Os ministros não podem atender todo mundo, mas atende os parlamentares que os procuram.”
“O que o pessoal reclama é o seguinte: mais aproximação. Eu tenho falado ‘que aproximação é essa?’ Eu não posso atender a quantidade de pessoas, de parlamentares — isso sem contar prefeitos e governadores. O cara vai a Brasília, ele quer tirar uma foto, fazer um pedido, o que é muito natural. Mas nós estamos quebrados”, afirmou, cobrando a aprovação da reforma.
Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a alfinetar Rodrigo Maia. “Ele está um pouco abalado por questões pessoais que vem acontecendo na vida dele”, disse, sem querer entrar em detalhes. Na semana passada, o padrasto da esposa de Maia e ex-ministro do governo Temer, Moreira Franco foi preso no âmbito da Operação Lava Jato. “Na volta de Israel, com toda certeza, a gente vai se encontrar. A minha mão está sempre estendida para ele e ele tem responsabilidade assim como eu”, afirmou, em outro trecho.
Criticado por Maia pelo tempo que dedica às redes sociais, Bolsonaro também defendeu a estratégia de ter uma comunicação mais direta com seus eleitores. “Se eu abandonar isso aqui vou ficar na mão de certos órgãos de imprensa que a especialidade é distorcer, mais do que isso, mentir o tempo todo. Eu não levo mais que dez minutos para decidir uma matéria pra botar nas mídias sociais. Agora é o tal negocio, eu tenho aceitação nas mídias sociais, tem gente que não tem. Paciência. Graças a Deus não dependo da mídia tradicional.”, disse.
Forças Armadas
Bolsonaro repetiu uma declaração que, segundo ele próprio, causou um “quiproquó”, ao defender o papel das Forças Armadas. “Em qualquer país do mundo, em última análise, quem decide se vai ser democracia ou ditadura são as Forças Armadas. Não vai ser a Ordem dos Advogados do Brasil, não vai ser o Conselho Federal de Medicina, não vai ser a Confederação Nacional da Indústria”, afirmou.