O que aliados de Bolsonaro disseram sobre as férias de Ciro Nogueira
Possibilidade de afastamento de coordenador da campanha ensejou de críticas sobre ausência a elogios sobre a atuação do ministro
A possibilidade de um pedido de férias do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, na véspera das eleições gerou uma série de especulações sobre a relação entre o cacique do PP e o presidente Jair Bolsonaro.
Expoente do Centrão, Ciro Nogueira é um dos coordenadores da reeleição de Bolsonaro e tem entre as principais atribuições fazer a articulação política para pavimentar o apoio ao presidente. Enquanto pesquisas apontam Bolsonaro atrás na disputa, o ministro iria se afastar na reta final da campanha para cuidar da eleição no Piauí, a sua base eleitoral.
A informação dividiu os aliados mais próximos do presidente. A VEJA, um deles aproveitou o episódio para fazer uma série de críticas ao coordenador da campanha e dizer que ele jamais esteve, de fato, “embarcado” no projeto de reeleição. “Nunca contamos com ele e não vamos contar agora”, afirmou. “Ele pouco esteve presente e não tinha que se esperar nada de diferente”, acrescentou.
Sobrou também para Marcos Pereira, presidente do Republicanos, partido que, ao lado do PP, compõe a coligação de Bolsonaro. Segundo esse aliado do presidente, Pereira “jogou contra” o projeto de reeleição, nunca compareceu às articulações da campanha e tampouco deu apoio no meio evangélico, principal nicho do partido ligado à Igreja Universal.
Já um outro aliado de primeira hora de Bolsonaro jogou água na fervura e descartou haver qualquer crise interna. Segundo ele, Ciro Nogueira tem dado as contribuições necessárias à campanha e, de olho na disputa local, que também é uma prioridade, decidiu pedir uma licença para não ser acusado de usar o cargo de ministro enquanto estava tratando de política no Piauí.
Por essa versão, reforçou, a possibilidade de que Ciro Nogueira poderia abandonar o barco não passa de uma história “inventada”.
Fato é que Ciro Nogueira sentiu o peso da controvérsia e decidiu cancelar o pedido de licença. Em nota, o ministro informou que “interrompeu a tramitação do pedido” devido a “diversos compromissos inadiáveis na próxima semana”. Uma nova solicitação de férias, acrescentou, deve ser feita depois das eleições.