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O pito de Lula nos ministros que tentaram conter sua verborragia

Petista não economiza nas broncas quando algum assessor arrisca moldá-lo ou contrariá-lo

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 abr 2023, 21h57 - Publicado em 2 abr 2023, 21h04
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  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

    O presidente Lula está cada vez mais “soberano”, “revanchista” e “centralizador”, conforme relatos de parlamentares, ministros e advogados próximos ao petista coletados por VEJA nas últimas semanas. Seja a portas fechadas no gabinete presidencial, seja em declarações recheadas de ironia feitas à imprensa, Lula dispara pitos em assessores, ignora conselhos do seu núcleo duro – cada vez mais enxuto, diga-se – e se mantém determinado a acertar contas com o passado, em vez de centrar energia para as reais e mais urgentes missões para as quais fora eleito.

    Um caso notório do destempero de Lula aconteceu no último dia 14. Diante de 19 ministros e em transmissão ao vivo pela televisão, o petista deu uma bronca, sem citar nomes, em auxiliares que estariam antecipando o anúncio de programas federais sem antes ter o aval da Casa Civil. O trâmite seria necessário, disse o presidente, para que “a gente possa chamar o autor da genialidade e então anuncie publicamente como se fosse uma coisa do governo”. O constrangimento foi geral.

    Longe dos holofotes, o tom é ainda pior. Fechado em copas, Lula escuta cada vez menos os conselhos de seus auxiliares.  O presidente não tem mais a seu lado nomes da mais estrita confiança que o acompanhavam no primeiro mandato, como José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e o ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho, figuras com quem se reunia logo nas primeiras horas do dia para afinar o discurso e definir metas e planos.

    No fim de janeiro, durante visita à Argentina e ao Uruguai, ocorreu um caso exemplar.  Em um pronunciamento, Lula atacou de uma só vez dois ex-presidentes da República. Michel Temer foi chamado de “golpista” e Jair Bolsonaro de “genocida” — isso depois de o petista ter anunciado a intenção de usar recursos do BNDES para financiar a construção de um gasoduto em solo argentino, prática que resultou no passado em rumorosos escândalos. Nada disso estava no script. A combinação do anúncio com as críticas aos ex-presidentes bateu o primeiro recorde de menções negativas à época – superada agora após declarações controversas envolvendo o senador Sergio Moro – e tirou da hibernação grupos que estavam cansados de Bolsonaro, tinham severas críticas a Lula mas, apesar disso, votaram no petista em nome da promessa de pacificação.

    Na época, o núcleo duro do governo — formado pelos ministros Rui Costa, da Casa Civil, Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social — apresentou ao presidente, como de costume, relatórios de avaliação – feitos constantemente – para mostrar o efeito negativo das declarações. Ao ouvir as críticas dos auxiliares, ele reagiu com irritação: “Eu agora vou ter de pedir autorização de vocês para falar o que penso? Era só o que faltava”. Ninguém, claro, disse mais nada.

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