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O nervosismo de dois ministros no TSE com a disputa Lula X Bolsonaro

Na sala de totalização da Justiça Eleitoral, centro nevrálgico das eleições, Rosa Weber e Luiz Fux transpareceram tensão ao longo da apuração dos votos

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 nov 2022, 12h36

O clima não era exatamente de torcida declarada na sala do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) onde ocorreu a totalização de votos das eleições de 2022. Mas com o local lotado por magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal de Contas da União (TCU) e, por óbvio, do TSE, chamaram a atenção de presentes tanto em primeiro quanto em segundo turno, sinais – ora de constrangimento, ora de nervosismo – de dois personagens com a contagem voto a voto na corrida presidencial protagonizada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Segundo relatos obtidos por VEJA, no turno inicial da disputa ao Palácio do Planalto, em 2 de outubro, a presidente do STF Rosa Weber destacava-se entre a autoridades mais aflitas com a disputa – naquela ocasião, o sprint final do ex-capitão, que amealhou mais de 51 milhões de votos, levou a decisão para uma votação suplementar.

No segundo turno, quando Bolsonaro liderou a corrida presidencial até por volta das 18h45 – com cerca de 68% dos votos apurados, foi ultrapassado pelo ex-presidente petista – era a vez do ex-presidente do Supremo Luiz Fux transparecer aos presentes indícios de maior nervosismo.

Escaldado por disputas voto a voto em eleições presidenciais anteriores, um dos presentes ensaiou uma piada para desanuviar a tensão provocada pela renhida concorrência entre os presidenciáveis. “Espera chegar a hora de contabilizar os votos do Maranhão”, disse um deles.

A referência ao estado do senador eleito e virtual ministro da Justiça Flávio Dino foi feita, disseram a VEJA autoridades presentes, por se tratar de um estado nordestino médio, mas que, dali em diante, confirmaria o alto desempenho – e a consequente vitória de Lula na região Nordeste. De fato, entre os maranhenses, Lula 71,14% dos votos no segundo turno contra 28,86% de Bolsonaro (no primeiro turno o petista venceu com 68,84% contra 26,02%).

No maior colégio eleitoral nordestino, a Bahia, Lula abriu quase sete milhões de votos de vantagem e derrotou Bolsonaro no turno suplementar por 72,12% a 27,88%. Como se sabe, o desempenho do presidente eleito no Nordeste foi responsável por estancar a vantagem que Bolsonaro obteve na região Sudeste, que centraliza a maior parcela do eleitorado do país.

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