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O homem por trás da advogada das delações

Beatriz Catta Preta conheceu o marido quando ele foi preso com dólares falsos, em 2001. Desde então, ele foi fundamental para sua ascensão

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 22h48 - Publicado em 26 jul 2015, 11h07
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  • Na semana passada, a advogada Beatriz Catta Preta, responsável por nove das dezoito delações da Operação Lava-Jato, anunciou sem aviso prévio a decisão de abandonar todos os seus clientes, tanto os corruptos enrolados no escândalo da Petrobras como outros de cujos casos cuidava havia uma década. Segundo pessoas próximas, foi com a família para Miami, algo que só estava nos seus planos para daqui “dois ou três anos”.

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    A mensagem da advogada que sumiu

    A súbita decisão de Catta Preta de abandonar seus clientes, a Lava-Jato e o Brasil adicionou mais um toque de mistério a uma carreira construída à margem do território habitado pelos grandes criminalistas brasileiros. O caso que alçou Catta Preta ao estrelato foi a delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no ano passado, até então a mais bombástica da Lava-Jato. Mas o mais importante de sua vida, ao menos no aspecto pessoal, aconteceu mais de uma década atrás.

    Na ascensão da advogada, um personagem desempenhou papel fundamental: Carlos Eduardo Catta Preta Júnior, o marido, de quem herdou o sobrenome, é que trata das negociações com os clientes, estabelece o valor dos honorários e cuida das cobranças do escritório, que ela abriu em 2002, alguns anos depois de se formar pela Unip. Amigos dizem que ele tem grande influência sobre a mulher. Embora se declare oficialmente comerciante, Carlos Eduar­do é conhecido como “doutor Carlos”. O casal se conheceu em 2001, quando ele foi preso em Alphaville, na Grande São Paulo, com 50 000 dólares em notas falsas presas na cintura, dentro de um saco plástico. Em sua casa, agentes do Denarc, o departamento de combate ao tráfico de drogas, encontraram mais 350 000 dólares falsos guardados no banheiro. Aos policiais, Carlos Eduardo contou que estava tentando vender as notas para se livrar do prejuízo que havia tomado ao vender a um indiano 17 quilos de esmeraldas retiradas de uma mina de pedras preciosas que arrendara na Bahia. Um amigo indicou-­lhe o escritório de Pedro Rotta, onde trabalhava Beatriz Lessa da Fonseca, este o nome de solteira de Catta Preta. Ela o defendeu, conseguiu que respondesse ao processo em liberdade e tornou-se sua namorada.

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    Em 2003, Carlos Eduardo foi condenado a três anos de prestação de serviços comunitários por crime de moeda falsa. Os dois se casaram, tiveram dois filhos e passaram a viajar com frequência para Miami. De acordo com amigos, é lá que estão agora. Sem previsão de retorno.

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