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O dia D para o futuro de Sergio Moro

Candidato ao Senado pelo Paraná, ex-juiz aposta futuro político em embate contra o ex-aliado Alvaro Dias no próximo domingo

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 out 2022, 09h32 - Publicado em 30 set 2022, 22h27
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  • Se tudo der certo, a aposta de Sergio Moro (União Brasil) de ingressar de vez na carreira parlamentar pode começar no domingo, quando, abertas as urnas, for divulgado o resultado de seu desempenho como candidato ao Senado pelo Paraná. Desde o início do ano passado o ex-juiz da Lava-Jato tinha planos claros de se candidatar à Presidência da República. Contava que a popularidade que lhe restava como magistrado em Curitiba o alçaria como nome de consenso para enfrentar o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que até o mês de março estaria confortavelmente com dois dígitos nas pesquisas de intenção de votos e que o espólio de combate à corrupção ainda seria um ativo capaz de sensibilizar o eleitor. Nada disso aconteceu e hoje a possibilidade que lhe restou, a de ser eleito ao Senado, é tratada como a cartada decisiva para um projeto de médio prazo: tentar disputar de novo o Palácio do Planalto.

    Se tudo der errado, Sergio Moro voltará à planície com um projeto bem menos arrojado. Idealizado quando ainda estava filiado ao Podemos, partido com quem vivia às turras, o plano do ex-juiz fora da política é colocar de pé uma espécie de think tank para ministrar aulas e palestras pagas sobre combate à corrupção. Hastear as bandeiras que fizeram dele uma celebridade nos tempos da Lava-Jato, dizem aliados, seria uma maneira de se manter em relativa evidência para, assim como no plano A, construir politicamente seu nome para 2026.

    Confira a apuração do resultado das eleições 2022 aqui na Veja!

    Desde que deixou 22 anos de carreira como juiz na esteira da eleição de Bolsonaro, Moro percorreu um tortuoso caminho para entrar no mundo político. Como ministro da Justiça, foi isolado por um Congresso refratário ao histórico de prisões no petrolão, não conseguiu emplacar boa parte de seus projetos na área de segurança pública e deixou o governo no início de 2020 acusando o presidente da República de tentar aparelhar a Polícia Federal. Como aspirante a candidato, depois de dois partidos lhe fecharem as portas para concorrer à Presidência, ensaiou uma candidatura ao Senado por São Paulo e, de volta ao seu estado de origem, bateu de frente com o ex-aliado Alvaro Dias, com o qual está tecnicamente empatado nas pesquisas de intenção de votos para a única cadeira de senador em jogo.

    Afastado do bolsonarismo e tachado por apoiadores do presidente como traidor por deixar o governo atirando, ao longo da campanha Moro fez acenos ao eleitorado do ex-chefe ao afirmar, entre outras coisas, que o “inimigo” a ser batido era o ex-presidente Lula, que segundo o mais recente Datafolha tem 50% das intenções de voto – contra 36% do atual mandatário. A estratégia, embora conflitante com o discurso anti-Bolsonaro que adotou após deixar o Ministério da Justiça, reflete o histórico de que, à exceção de 2002, desde Fernando Collor a maior parte dos paranaenses votam para presidente no candidato que faz oposição ao PT. Desde 1999, é Alvaro Dias quem cumpre esse papel no Senado.

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