O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem sinalizado que dará liberdade aos diretórios estaduais da sigla, que tendem a ficar à vontade para apoiar candidatos diferentes nas eleições de outubro – o que inclui, obviamente, tanto Lula (PT) quanto Jair Bolsonaro (PL). No Rio de Janeiro, berço do bolsonarismo e maior cidade comandada pelo partido, o prefeito e presidente estadual da trupe de Kassab, Eduardo Paes, deu seu recado aos aliados nesta quinta-feira, 28.
Numa reunião da executiva local que reforçou por unanimidade a candidatura do ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz ao Palácio Guanabara, Paes fez um pedido enfático: “Kassab liberou cada um para apoiar quem quiser, mas eu imploro: não peçam votos para Jair Bolsonaro”, disse aos cerca de 50 correligionários.
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Outra aprovação unânime foi a destinação, nos próximos meses, de 100% do tempo de propaganda do partido na TV à empreitada eleitoral de Felipe, que terá a imagem mais associada ao prefeito na expectativa de decolar nas pesquisas. Simultaneamente, sabe-se, os pessedistas ainda sonham com uma desistência de Rodrigo Neves (PDT), que havia firmado um acordo – hoje em xeque – para caminhar junto com o grupo de Paes na eleição.
Acredita-se que a vontade da legenda dele de fazer uma bancada significativa na Câmara dos Deputados possa levar o ex-prefeito de Niterói a abandonar a corrida ao Executivo e virar o puxador de votos dos trabalhistas no Rio. O movimento poderia retomar o acordo entre os dois partidos.
No encontro da executiva do PSD, outro aspecto chamou atenção: houve quem deixasse claro que, na eleição para o Senado, iria de André Ceciliano (PT), atual presidente da Alerj. Assim, o petista que está formalmente vinculado à campanha de Marcelo Freixo (PSB) ao governo e tem fortes aliados no entorno do governador e candidato à reeleição Cláudio Castro (PL) também tende a abocanhar cabos eleitorais no grupo do prefeito do Rio.