A disputa pela única vaga ao Senado no Rio tem provocado um cenário no mínimo curioso: o PT briga com o PSB pela vaga do candidato que estará no palanque de Lula, mas quem desponta nas pesquisas com larga vantagem é Romário (PL), apoiado pelo correligionário Jair Bolsonaro.
O PT exige a vaga sob o argumento de que apoia Marcelo Freixo, do PSB, ao governo do Rio. A aposta do partido é que André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa, conseguiria se eleger ao ser apresentado como o candidato de Lula.
Desde o ano passado, no entanto, o deputado federal Alessandro Molon (PSB) vem construindo sua candidatura ao Senado. Nos últimos meses, Ceciliano passou a disputar a vaga. As pesquisas mostram que Romário lidera as intenções de votos (25%), seguido por Molon (15%), que está à frente de Ceciliano (4%). Ainda assim, o pessebista passou a ser alvo de fogo amigo e a ser pressionado por integrantes do próprio partido para desistir de concorrer.
Apesar do desgaste, o PSB oficializou a candidatura de Molon nesta semana. Já o PT cancelou a convenção estadual que estava marcada para segunda-feira e oficializaria Ceciliano.
Romário vai tentar a reeleição e desponta como favorito. Além de ser amplamente conhecido pelo eleitor por causa da sua carreira como jogador de futebol, ele terá Bolsonaro como cabo eleitoral. O presidente é forte no Rio.
Em 2014, Romário obteve nada menos que 63% dos votos para o Senado —no total, ele conquistou mais de 4,6 milhões de eleitores.
Molon está em seu terceiro mandato na Câmara. Em 2018, obteve 227 mil votos. Ele precisa, pelo menos, multiplicar seu eleitorado por dez para tornar a sua candidatura competitiva. Já Ceciliano recebeu 47 mil votos em 2018. Desunida, a esquerda facilita a missão do ex-jogador de futebol.