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‘Ninguém pode ser condenado a priori’, diz Anastasia sobre Aécio

Presidente nacional do partido, Bruno Araújo destacou a posição 'madura' assumida pelo PSDB, e negou que a decisão manche a imagem da sigla

Por André Siqueira 22 ago 2019, 17h50

A decisão da Executiva Nacional do PSDB de rejeitar dois pedidos de expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG) dividiu o partido. O colegiado seguiu entendimento do Código de Ética da sigla, que prevê a expulsão de um tucano em casos de denúncias de corrupção que transitaram em julgado, ou seja, quando não há mais possibilidade de recursos. Aécio se tornou réu, no ano passado, sob acusação de corrupção passiva e obstrução de Justiça, mas ainda não foi julgado.

Por 30 votos a 4, o diretório nacional rejeitou, na quarta-feira 21, as duas representações apresentadas pelos diretórios municipais e estaduais de São Paulo. O governador de São Paulo João Doria, principal liderança do PSDB na atualidade, afirmou, em sua conta no Twitter, que o partido “escolheu o lado errado”. “Cada membro da executiva deve responder por sua posição. A minha é clara: Aécio Neves deve se afastar do PSDB e fazer sua defesa fora do partido. O derrotado, nesse caso, não foi quem defendeu o afastamento de Aécio. Quem perdeu foi o Brasil”, disse, em uma publicação.

Votaram contra Aécio Neves o deputado federal Samuel Moreira (SP), o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, e dois dos fundadores da legenda, Edson Aparecido e César Gontijo.

Em entrevista a VEJA, Orlando Morando disse que a Executiva cometeu um “erro grosseiro” . “A Executiva do PSDB, da qual faço parte, perdeu a oportunidade de se reciclar, que é aquilo que a sociedade espera. É lamentável, e surpreende aqueles que querem um novo PSDB. A imagem já estava manchada, e a decisão mantém a mancha”, afirmou.

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Na avaliação de Morando, o placar favorável a Aécio se explica pelo fato de a Executiva ser composta, em sua maioria, por deputados federais. “É um ambiente no qual ele (Aécio Neves) convive diariamente. Houve uma boa articulação da parte dele”, avaliou.

O prefeito de São Bernardo do Campo, que é aliado do governador de São Paulo, disse, ainda, que a vitória de Aécio não representa uma derrota pessoal de Doria, principal articulador da empreitada contra o deputado. “O PSDB não tem dono, ele é da sociedade, é do povo brasileiro. Quem perdeu foi o partido. As atitudes de Aécio são condenáveis. Aquela ligação dele para os açougueiros é uma coisa horrível. O homem público não pode estar norteado pelo o que a Justiça pode ou não condenar”, afirmou.

Em março de 2017, o empresário Joesley Batista, um dos sócios do J&F, gravou o senador tucano pedindo-lhe 2 milhões de reais, que supostamente seriam empregados no custeio de sua defesa na Operação Lava Jato. O encontro, que ocorreu em um hotel em São Paulo, terminou com Joesley concordando em pagar o valor.

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Procurado por VEJA, o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) afirmou, por meio de nota, que “ninguém pode ser condenado a priori”. Em outro trecho, acrescenta que “no Brasil, felizmente, há a presunção de inocência”. “Várias pessoas podem, eventualmente, ser objeto de investigações, quem está hoje na vida pública está sujeito a isso dia e noite. Com relação ao senador Aécio, não há condenação. A Executiva, portanto, cumpriu seu papel”, diz o senador.

Presidente nacional do partido, Bruno Araújo destacou a posição “madura” assumida pelo PSDB, e negou que a decisão manche a imagem da sigla. “O partido, de forma madura, assume uma posição, ônus e bônus. Por exemplo, o bônus de assumir posições e fazer enfrentamentos. Eventualmente, qualquer outra leitura será feita ao longo do tempo, mas a decisão foi soberana e consciente da grande maioria dos membros da executiva”, disse após a reunião do colegiado, que ocorreu em Brasília.

A vitória desta quarta-feira, porém, não deve aliviar a situação de Aécio dentro do partido. Nos bastidores, a expectativa é que a pressão para que o tucano deixe a sigla se mantenha. Segundo o prefeito de São Bernardo do Campo, um dos advogados que representa o partido irá avaliar quais aspectos das representações apresentadas pelos diretórios municipais e estaduais de São Paulo não foram analisados pela Executiva para que novos pedidos de expulsão sejam protocolados.

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