Moro traça meta ambiciosa de arrecadação e passa o chapéu no empresariado
Iniciativa ocorre em meio a críticas de integrantes da equipe do ex-juiz a uma suposta demora do Podemos em viabilizar recursos
![Petistas cogtavam lançar Gleisi ao senado do Paraná em uma eventual cassação do senador](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/11/000_9RE2J3.jpg.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A equipe do ex-juiz Sergio Moro à Presidência da República começou a passar o chapéu entre grandes empresários em busca de doações. A meta é ambiciosa: foram listados os nomes de 40 figurões do empresariado, que serão “convidados” a contribuir com uma cota mínima de 25.000 reais ainda antes da fase de campanha propriamente dita. Como a legislação só permite que o candidato tenha uma conta corrente para arrecadação a partir do dia 15 de maio, por ora a ideia é que os recursos sejam doados para o Podemos. O objetivo é amealhar pelo menos 1 milhão de reais por mês em doações privadas para despesas de logística.
Percorrendo o país para tentar cabalar votos e deixar a terceira colocação na corrida presidencial, o ex-juiz da Lava-Jato tem enfrentado dificuldades com o que auxiliares classificam como demora do Podemos para o repasse de recursos para simples gastos correntes, como passagens aéreas e planejamento de viagens. Por ora uma secretaria de arrecadação dentro do partido e uma conta corrente foram estruturadas para convocar empresários a doarem. Representantes da comunidade judaica, por exemplo, já foram procurados.
Para as eleições de outubro, o fundo eleitoral da legenda de Moro será de 171 milhões de reais, fatia que terá de ser dividida entre a disputa presidencial e aquela que os correligionários consideram a mais importante: a campanha para a Câmara Federal. O ex-juiz ainda não foi informado sobre a quantia que terá disponível para disputar as eleições, o que tem fomentado aliados e setores do empresariado a colocarem em dúvida a capacidade financeira da legenda para enfrentar as gigantescas estruturas eleitorais do líder das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Independentemente das doações privadas, a cúpula do partido calcula que os custos da campanha de Sergio Moro ao Palácio do Planalto não sairão por menos de 30 milhões de reais para a legenda.
O valor definitivo que a sigla empenhará para o presidenciável só será definido depois da formação das chapas regionais, mas a disputa de candidatos do Podemos por um quinhão do fundo eleitoral do partido tem levado deputados a questionarem desde já a viabilidade da campanha de Moro, que hoje aparece com 9% das intenções de voto, segundo a mais recente pesquisa PoderData. Levantamentos internos da agremiação registram que o ex-juiz teria 11% das intenções de voto.