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Em novas mensagens, procuradores criticam conduta de Moro

Em conversa no dia em que ex-juiz aceitou ser ministro no governo Bolsonaro, procuradora disse que ele "viola sempre o sistema acusatório"

Por Da Redação Atualizado em 1 jul 2019, 02h10 - Publicado em 29 jun 2019, 01h56
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  • Novos diálogos publicados pelo site The Intercept Brasil na madrugada deste sábado 29, mostram uma troca de mensagens entre dois procuradores do Ministério Público Federal (MPF), que criticam as práticas do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quando atuava como juiz. Na conversa, Monique Cheker, procuradora da República no Rio de Janeiro, diz que Moro “viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”.

    Cheker fez a afirmação em uma conversa pelo aplicativo Telegram, em 1º de novembro de 2018, uma hora antes de Moro aceitar convite para se tornar ministro do governo Jair Bolsonaro. No trecho divulgado, ela interage com Ângelo Augusto Costa, procurador em São José dos Campos, que diz, em mensagem transcrita pelo site: “Eu não confio no Moro, não. Em breve vamos receber cota de delegado mandando acrescentar fatos à denúncia. E, se não cumprirmos, o próprio juiz resolve”.

    A procuradora afirma que pensa igual e acrescenta: “Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar com suas ideias, decide sem pedido do MP (várias vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”. Ângelo comenta que Moro vê o MPF como “um mal constitucionalmente necessário” e um “desperdício de dinheiro”. Monique concorda: “Se depender dele, seremos ignorados”.

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    (The Intercept/Reprodução)
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    (The Intercept/Reprodução)
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    A conversa prossegue: “Afinal, se já tem juiz, por que outro sujeito processual com as mesmas garantias e a mesma independência? Duplificação inútil. E ainda podendo ‘encher o saco'”, reclama Ângelo. Monique diz, em seguida, que “essa fama de Moro é antiga” e explica: “Desde que eu estava no Paraná, em 2008, ele já atuava assim. Alguns colegas do MPF do PR diziam que gostavam da pró-atividade dele, que inclusive aprendiam com isso”.

    Ângelo diz que Moro “faz umas tabelinhas lá, absolvendo aqui para a gente recorrer ali, mas na investigação criminal — a única coisa que interessa — a dupla policial/ juiz é senhora”. E Monique reforça o que havia exposto anteriormente: “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”.

    Em mensagens publicadas pelo site em outras reportagens desde o dia 9 de junho, Moro aparece orientando ações do Ministério Público Federal na Lava Jato, como na indicação de duas possíveis informantes em uma investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. VEJA localizou os dois personagens ocultos da história: o técnico em contabilidade Nilton Aparecido Alves e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de gasolina. Clique para ler a reportagem completa, publicada na edição desta semana.

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    Sempre em diálogos com Deltan, o ex-magistrado também sugeriu a inversão da ordem de fases da Lava Jato, cobrou a deflagração de novas operações, antecipou decisões que tomaria e manifestou preocupação com possível “melindre” ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por investigações contra ele. Os indícios de irregularidades envolvendo o tucano pareciam “muito fracos” a Moro. Os diálogos no aplicativo Telegram foram obtidos, segundo o The Intercept Brasil, por uma fonte anônima que compartilhou o material. 

    Em publicação no Twitter, o ministro da Justiça, Sergio Moro, reiterou que não reconhece a autenticidade do conteúdo, mas minimizou o que foi conversado pelos procuradores. “A matéria do site, se fosse verdadeira, não passaria de supostas fofocas de procuradores, a maioria de fora da Lava Jato”, escreveu o ministro.

    Em nota, a força-tarefa da Lava-Jato diz que “reconhece como ilegítimo o material publicado, salientando novamente sua origem criminosa, alertando haver fortes indícios de edição de nomes de interlocutores e datas nas supostas mensagens”. O MPF também alega que as informações publicadas não trazem qualquer interesse público e visam apenas “constranger as autoridades públicas mencionadas”.

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