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Moro classifica mensagens vazadas como ‘revanchismo’ e ‘falso escândalo’

Ao receber honraria do governador de SP, João Doria, ministro disse que pode haver 'críticas pontuais' à Lava Jato, mas que operação deve ser preservada

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jul 2019, 02h12 - Publicado em 28 jun 2019, 16h52
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  • O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a classificar como “revanchismo” e “falso escândalo” o vazamento de mensagens trocadas entre ele e o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, enquanto ele ainda era o juiz responsável pelos processos da operação.

    “Nas últimas três semanas tenho sofrido vários ataques. Achei que a Operação Lava Jato tinha ficado para trás, mas há um certo revanchismo que às vezes aparece. Quero agradecer em especial o presidente Jair Bolsonaro, que, desde o início desse falso escândalo, tem prestado seu apoio”, disse o ministro no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ao ser condecorado com a Medalha Ordem do Ipiranga, honraria mais elevada do Estado de São Paulo, entregue pelo governador, João Doria (PSDB).

    O ministro deixou o palácio após a cerimônia e não falou com a imprensa.

    Nos diálogos no aplicativo Telegram, revelados pelo site The Intercept Brasil, o então magistrado aparece orientando ações do Ministério Público Federal, como a indicação de um possível informante em uma investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também sugere a inversão da ordem de fases da Lava Jato, cobra a deflagração de novas operações, antecipa decisões que tomaria e manifesta preocupação com possível “melindre” ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por investigações contra ele.

    Diante das mensagens que mostram cooperação entre juiz e acusação, ganhou relevância no Supremo Tribunal Federal (STF) a análise de um pedido da defesa de Lula para que o tribunal julgue Moro suspeito na condução do processo contra o petista referente ao triplex do Guarujá e, assim, a condenação dele seja anulada.

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    Nesta sexta, Moro declarou que a Lava Jato representou um “ganho da sociedade e das instituições” e deve ser “preservada”, apesar de “eventuais pontuais críticas”. “Se formos pensar cinco anos atrás, o que tínhamos basicamente era um padrão de impunidade da grande corrupção”, declarou.

    “Ao final, o que nós tínhamos era a descoberta de um esquema de corrupção, devido processo, provas e condenações contra pessoas que imaginávamos que eram imunes à aplicação da lei, que, não importa o que fizessem, jamais responderiam pelos crimes cometidos, seja no âmbito empresarial, seja na Petrobras, seja no Executivo e no Legislativo”, afirmou.

    Sergio Moro também ressaltou que o conteúdo foi obtido por meio de “invasões criminosas” nos celulares de procuradores da Lava Jato, que não há “demonstração de autenticidade” dos diálogos e que a Polícia Federal “deve chegar aos responsáveis”.

    Ele ainda repetiu a crítica de que a publicação das mensagens é feita com “absoluto sensacionalismo” e voltou a dizer que não desistirá da “missão” que recebeu de Bolsonaro no governo.

    Em sua fala, João Doria, que desponta como adversário de Bolsonaro na eleição de 2022, declarou que o Brasil precisa de “mais Moros e menos Lulas”. Após entregar a medalha ao ministro, Doria pegou a mão direita de Moro e a ergueu em sinal de apoio.

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    O tucano entregou a honraria com base na cooperação entre o Ministério da Justiça e o governo estadual na segurança pública. Ele destacou a transferências de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) a presídios federais e agradeceu a Moro.


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