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Moro aceita pedido de Palocci e ouvirá de novo Marcelo Odebrecht

Juiz, no entanto, nega solicitação do ex-ministro para ter acesso à sindicância instaurada para apurar escuta clandestina na cela do delator Alberto Youssef

Por Da Redação
24 abr 2017, 19h53
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    O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, atendeu pedido feito pelo ex-ministro Antonio Palocci e determinou que sejam colhidos novos depoimentos de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht e outros seis ex-diretores da companhia, todos delatores: Fernando Migliacio da Silva, Hilberto Mascarenhas, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Marcelo Rodrigues, Olívio Rodrigues Júnior e Rogério Santos de Araújo.

    Todos serão ouvidos no dia 5 de maio. O pedido foi feito em razão da divulgação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da íntegra dos depoimentos prestados pelos ex-executivos da Odebrecht no acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal pela companhia.

    Moro ressaltou que os depoimentos anteriores desses executivos no processo continuarão válidos e que as novas oitivas servirão apenas para eventuais perguntas adicionais geradas a partir dos depoimentos feitos por eles no acordo de delação premiada.

    Em depoimentos, Marcelo Odebrecht acusou Palocci de ser o intermediário no recebimento de propinas pagas pela companhia ao PT em razão de ganhos com o esquema de corrupção investigado na Petrobras. O ex-ministro dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff nega as acusações, mas, ao ser ouvido por Moro na semana passada, se colocou à disposição para colaborar com  as investigações e “falar sobre tudo” e entregar fatos “com nomes, endereços e operações de interesse da Lava Jato”.

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    Palocci está preso em Curitiba desde setembro de 2016, quando foi alvo da 35ª fase da Lava Jato, a Operação Omertà. Ele é acusado formalmente de corrupção e lavagem de dinheiro por ter, segundo o MPF, atuado em favor da Odebrecht nas tratativas da Medida Provisória 460, na operação de navios-sondas da Petrobras e na liberação de financiamento do BNDES em obras em Angola em troca de propinas pagas ao PT.

    Apesar de se mostrar disposto a revelar novos casos, Palocci foi enfático em negar todos os atos ilícitos pelos quais é acusado. Explicou que era comum os empresários o procurarem para fazer doações ao partido, mas que os orientava a entrar em contato com os tesoureiros. Ele apenas “reforçava” alguns pedidos junto ao empresariado se houvesse emergência de pagamentos, conforme o depoimento. “Nunca pedi recursos para empresas enquanto ministro. Nunca pedi recursos para sondas. Nunca pedi recursos fora do Brasil. E nunca pedi ou operei caixa dois”, afirmou.

    Escuta na cela de Youssef

    Moro negou pedido feito pelos advogados de Palocci para juntar ao processo o resultado da sindicância instaurada para apurar uma escuta clandestina colocada na cela do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato.

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    “A prova em questão, suposta escuta ambiental ilegal na cela de Alberto Youssef por alguns dias no distante ano de 2014, não tem qualquer pertinência ou relevância para o julgamento da presente ação penal”, escreveu o magistrado. No despacho, não fica claro porque a defesa de Palocci quer ter acesso á sindicância.

    Moro também negou pedidos para ouvir novamente os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura porque, segundo ele, o teor das delações premiadas de ambos ainda não foi tornado público.

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