Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Ministros do STF elogiam decisão da Câmara sobre denúncia

Para Gilmar e Marco Aurélio, arquivamento traz 'estabilidade'; Luís Roberto Barroso, também do STF, não cita votação, mas fala em 'operação abafa'

Por Da redação
Atualizado em 3 ago 2017, 20h20 - Publicado em 3 ago 2017, 19h28
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Um dia depois de a Câmara dos Deputados barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes Marco Aurélio Mello declararam que a decisão dos deputados traz “estabilidade” ao país.

    “Isso é uma questão da competência da Câmara. O sistema de ‘checks and balances’ (sistema de freios e contrapesos) está funcionando”, disse Gilmar a jornalistas, depois da sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã desta quinta-feira.

    Indagado se a decisão da Câmara traz estabilidade, o ministro foi enfático: “com certeza. Essas questões têm de ser definidas, porque isso gera instabilidade”.

    Para Marco Aurélio, a decisão dos deputados foi “estritamente política”. “É o sistema e foi uma decisão estritamente política. A essa altura precisamos nos preocupar com o Brasil, com a correção de rumos, com o saneamento da situação econômico-financeira que reflete no social, com o desemprego em massa. Essa é que deve ser a preocupação maior”, ponderou o ministro, depois da sessão plenária do STF.

    “(A decisão da Câmara) Traz, sem dúvida alguma, mais estabilidade ao país. É hora de nós pensarmos no país, é hora de nós pensarmos nos cidadãos em geral”, completou.

    Na avaliação de Gilmar Mendes, desde maio, quando vieram à tona as delações premiadas de executivos do Grupo J&F, o Brasil passa por um quadro de crise, com as atenções voltadas para um cenário “jurídico-político-policial”. Agora, o ministro acredita que vai ser possível que os parlamentares aprofundem as discussões sobre a reforma política. “Vamos poder concentrar energia nesse tema, que é prioritário”, comentou Gilmar.

    O presidente do TSE destacou que o país vive uma instabilidade, ressaltando que dos presidentes eleitos desde a Constituição de 1988, só dois terminaram o mandato – Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Precisamos pensar hoje se nós temos um modelo adequado de governança, de governabilidade e precisamos encontrar meios e modos de não instabilizarmos a democracia”, afirmou.

    Ainda sobre as turbulências no período democrático que levaram dois presidentes brasileiros ao impeachment, Marco Aurélio Mello disse que o quadro é ruim “em termos de amadurecimento da democracia” e que a alternância no poder “deve ocorrer com o exaurimento do mandato, de quatro em quatro anos”.

    Barroso fala em ‘operação abafa’

    Sem citar nomes ou eventos específicos, o ministro Luís Roberto Barroso, colega de Gilmar Mendes no STF, declarou nesta quinta-feira que há uma “operação abafa” sobre as investigações contra a corrupção em curso no Brasil.

    Para Barroso, existe uma “legião” de pessoas que gostaria que o Brasil continue a ser “o país feio e desonesto que criamos”. “A operação abafa é uma realidade visível e ostensiva no Brasil de hoje. Há muita resistência às mudanças que precisam ser feitas”, afirmou, durante o 6º Simpósio de Direito Empresarial da Aliança de Advocacia Empresarial (Alae), em São Paulo.

    Continua após a publicidade

    “Há os que não querem ser punidos e há um lote pior, os que não querem ficar honestos nem daqui para frente, que depois da ação penal 470 (mensalão) e de três anos de Operação Lava Jato continuam com o mesmo modus operandi de achaque”, notou. “Estas pessoas têm aliados importantes em toda parte, nos altos escalões da República, na imprensa e nos lugares onde a gente menos imagina”, enumerou Barroso.

    O ministro do STF, no entanto, se mostrou otimista. “Hoje a fotografia do momento pode dar a impressão de que o crime compensa. Mas acho que esta é uma impressão enganosa. O Brasil já mudou e nada será como antes”, afirmou.

    Barroso defendeu, que, para minimizar a corrupção no sistema político brasileiro, é preciso mudanças na lei eleitoral no sentido de reduzir o custo das eleições e aproximar mais o eleitor do político eleito. “Do jeito que está, o sistema eleitoral frauda a vontade do eleitor”, disse.

    (com Estadão Conteúdo)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.