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Militares se irritam com prisão de Cid e veem ação orquestrada de Moraes

Ação contra o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, dizem, acontece em meio a esforço para despolitizar as Forças e retomar um clima de estabilidade interna

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 Maio 2023, 14h47 - Publicado em 3 Maio 2023, 12h21

Militares do Alto Comando relataram a aliados estar perplexos e irritados com a operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quarta-feira, 3, que teve entre os alvos o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

A prisão de Cid, dizem, se dá num momento em que as Forças Armadas trabalham para criar um clima de estabilidade e despolitização após quatro anos de governo Bolsonaro. O trabalho vinha sendo feito principalmente “para dentro”, com o objetivo de recuperar os canais internos, já que há uma avaliação geral de que houve uma contaminação do bolsonarismo dentro das tropas.

A Operação Venire, da PF, cumpriu dezesseis mandados de busca e apreensão e seis de prisão na apuração de uma suposta associação criminosa que teria fraudado cartões de vacinação de Bolsonaro e seus assessores. O objetivo seria alterar os dados do Ministério da Saúde, de modo a indicar que o ex-presidente e seus auxiliares teriam sido imunizados com a vacina contra a Covid-19 e, dessa maneira, poderiam emitir certificados de vacinação para entrar nos Estados Unidos. Cid, conforme as investigações, seria um dos supostos fraudadores.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais.

Segundo interlocutores, o comandante do Exército, Tomás Paiva, não foi previamente informado da operação. Tomás e Moraes mantêm um bom canal de diálogo – a decisão do ministro do Supremo de incluir os militares na Justiça Civil, no âmbito do inquérito do 8 de Janeiro, por exemplo, foi pactuada com a cúpula das Forças. Dessa vez, no entanto, não teria havido nenhuma combinação, o que foi recebido também como uma ação com o objetivo de criar instabilidades.

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A comunicação ao Exército teria ocorrido apenas por volta das 6h, já com a PF na rua. Militares afirmam que a operação deveria ter sido feita em conjunto, de modo a minimizar o impacto nas Forças e criar uma “contenção de danos” entre os fardados. De última hora, um coronel foi alçado para acompanhar a operação.

A avaliação, por outro lado, não cria uma camada de proteção a Cid. Sob reserva, militares admitem que há indícios de que o tenente-coronel de fato cometeu irregularidades e merece ser investigado.

Prova disso seria o fato de que, logo ao tomar posse, o novo comandante do Exército impediu Cid de assumir um batalhão militar e o deixou “encostado”, para se dedicar a responder às acusações e também para desvincular as Forças Armadas das investigações. O entendimento, no entanto, é que a prisão preventiva de Cid, um militar da ativa, é uma medida extrema e também uma “provocação”.

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