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‘Micheque’ bomba nas redes e provoca reação da família presidencial

Primeira-dama quer processar os detratores virtuais. Na mira estão políticos, artistas e até uma banda de rock

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 set 2020, 12h05 - Publicado em 27 set 2020, 12h05

Desde que veio à tona a informação de que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, depositou em suas contas bancárias cheques repassados pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, as redes sociais experimentaram uma explosão de memes, compartilhamentos e questionamentos relacionados ao assunto.

Um ponto em especial ganhou maior destaque: o codinome dado à primeira-dama passou a ser replicado em proporções impressionantes. Levantamento da consultoria Quaest mediu o alcance das publicações em que a primeira-dama foi chamada de “Micheque” – uma conjunção entre o nome dela e o formato dos 89 000 reais depositados em sua conta bancária.

Entre 22 de agosto e 21 de setembro, houve quase 9 milhões de publicações em que Michelle foi chamada da forma pejorativa nas mídias sociais. A maior parte das menções foi feita no Twitter. O levantamento considera também postagens no Facebook e no Instagram.

Somente no dia 24 de agosto, foram 2.188.400 publicações em que a palavra “Micheque” foi registrada. No dia anterior, um domingo, o presidente Jair Bolsonaro se irritou com a pergunta de um repórter sobre o motivo dos depósitos e disse que tinha “vontade de encher a tua boca de porrada”. Foi o gatilho para as redes reagirem.

Um novo impulsionamento do “Micheque” se deu dois dias depois, e novamente após um arroubo de Bolsonaro. No dia 26 de agosto, o presidente chamou um jornalista de “otário” após ser novamente questionado sobre os cheques que totalizaram 89 000 reais pagos por Queiroz para a primeira-dama. Naquela quarta-feira, houve 2.120.100 publicações com o codinome.

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“O ‘Micheque’ pegou”, afirma Felipe Nunes, cientista político e diretor do instituto. “A grande fragilidade de imagem do governo está associada à sua família. A campanha do ‘Micheque’ funcionou porque é produzida para a linguagem de internet, que é mais leve, simples e sarcástica”, avalia.

Conforme mostra reportagem de VEJA desta semana, assessores da família presidencial têm passado um pente-fino nas redes sociais montando um enorme acervo com todos os ataques que a primeira-dama sofreu nas últimas semanas. A primeira-dama que processar os detratores. Até uma banda de rock está na mira.

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