Ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques alimentava o sonho de ser candidato a prefeito nas eleições deste ano mesmo estando preso, de maneira preventiva, na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Ele foi alvo da Polícia Federal em agosto do ano passado no âmbito de um inquérito que apura se a PRF atuou de maneira deliberada para impedir o voto de eleitores de Lula no segundo turno das eleições de 2022. Na ocasião, um inesperado aumento das blitze realizadas nas estradas, principalmente na região Nordeste, teria dificultado a chegada de petistas aos pontos de votação.
O ex-PRF era um conhecido apoiador de Jair Bolsonaro e, por isso, os investigadores apuram se a ação tinha como objetivo privilegiar o então presidente.
Na cadeia, Silvinei começou a estudar para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e obteve autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tanto para ter acesso a materiais didáticos quanto para sair do presídio para fazer as provas. O ex-chefe da PRF, no entanto, acabou não sendo aprovado.
Além da carreira na advocacia, Silvinei vislumbrava se filiar a um partido político – ele cogitou ingressar no Partido Novo ou no Democracia Cristã – e se lançar candidato a prefeito de São José, em Santa Catarina. Ele teria até abril para se filiar e, assim, poder entrar na disputa municipal deste ano.
Por meio de nota, os advogados de Silvinei justificaram problemas de saúde para dizer que ele desistiu de ser candidato. “Acreditamos que a decisão de não concorrer às eleições permitirá que ele dedique o tempo e a energia necessários para lidar com a resolução de assuntos pessoais, com foco integral voltado à sua recuperação”, diz o texto.
Além de questões de saúde, a prisão, obviamente, foi o que impediu o ex-PRF de fazer qualquer plano futuro.