A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, relevou a queda dos seus índices de intenção de voto nas últimas pesquisas alegando que, há vinte dias do primeiro turno, a campanha recomeçou depois que o PT lançou um novo postulante ao Planalto, Fernando Haddad, e que os 6% registrados na última pesquisa Ibope, divulgada na terça-feira, 18, são “um patamar excelente” para esse novo começo.
“Esse é o patamar que nós estamos começando. Sempre disse que pesquisas são retrato de um momento e agora é que nós temos a realidade do processo político, com todas as candidaturas”, afirmou a ex-senadora após participar do Fórum Amarelas ao Vivo, promovido por VEJA, em São Paulo. Ela chegou a oscilar perto dos 15% antes da oficialização de Haddad como candidato petista.
Marina Silva afirmou ainda estar convicta de que vai para o segundo turno e criticou o discurso de “voto útil” de outros candidatos, como Geraldo Alckmin (PSDB).
“Não importa com quem seja, eu e Eduardo (Jorge, candidato a vice) estaremos no segundo turno. Se existem alguns que já jogaram a toalha, nós estamos no páreo. Vamos dialogar com a sociedade brasileira. Ninguém pode votar pelo pelo, numa situação em que você abandona o candidato do seu coração. Não existe essa história de voto útil. Quem prega voto útil quer inutilizar o seu voto”, argumentou.
A candidata da Rede afirmou que pretende liderar uma “coalizão de solidariedade para o problema humanitário” da Venezuela. “Isso é algo de tamanha magnitude que não tem como ser enfrentado por um só país, menos ainda pelo estado de Roraima. É preciso que haja uma coalizão de países para dar ajuda humanitária aos venezuelanos”, afirmou Marina. “Eles estão perdendo onze, doze quilos por pessoa. Não têm o que comer. Estão chegando na fronteira totalmente desnutridos, não comem”, interveio o candidato a vice da postulante, Eduardo Jorge (PV)
A ex-senadora disse ser contra a ideia do economista Paulo Guedes, que assessora Bolsonaro, de recriar um imposto nos moldes da antiga CPMF, o “imposto do cheque”. Ela argumentou que pretende promover uma reforma tributária centrada na simplificação dos impostos. A candidata da Rede defendeu, como receita para a retomada de empregos no país, a busca por “credibilidade”.
“Vamos combater o dreno da corrupção, que chegou a ser de 6% do PIB, quase o que se gasta com educação, pela relação entre empresários inescrupulosos e políticos inescrupulosos. É o dinheiro que falta para o investimento em saneamento básico, em infraestrutura e logística”, disse, anunciando como uma de suas prioridades o programa “Pré-Sol”, de apoio ao consumo de energia solar.