O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tomou a palavra ao final da reunião entre líderes partidários nesta terça, 21, e disse ter rompido relações pessoais com o líder do governo na Casa, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Ele afirmou que se sentiu atacado com mensagens que Vitor Hugo compartilhou no WhatsApp que relacionavam a articulação política a negociações espúrias.
Maia afirmou que não pedirá a demissão de Vitor Hugo ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas só vai se dirigir ao líder do governo em situações institucionais. As mensagens que irritaram o presidente da Câmara foram compartilhadas em vários grupos formados por deputados há cerca de um mês.
Vitor Hugo tentou se explicar diante dos presentes. O líder do governo afirmou que as mensagens foram tiradas de contexto e que respeitava o papel exercido pelo presidente da Câmara, mas Maia decidiu encerrar a reunião enquanto Vitor Hugo falava. Segundo um dos líderes partidários, as explicações do líder governista “não colaram” para nenhum dos presentes.
Deputado de primeiro mandato, Vitor Hugo não conta com bom trânsito entre as principais lideranças da Casa. Bolsonaro já foi aconselhado a trocá-lo de função, mas tem se negado a demiti-lo por valorizar a lealdade do deputado.
A discussão de Vitor Hugo com Maia ocorre em momento delicado para o governo. Os líderes partidários acordaram na reunião que a medida provisória da reforma administrativa será votada nesta quarta, 22, sem a recriação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional. Outros destaques, como a ida do Coaf para o Ministério da Economia, deverão ser discutidos em plenário com votação nominal.
No domingo, 26, serão realizados os protestos que foram endossados pelo clã Bolsonaro nas redes sociais. Ficou decidido em reunião dos parlamentares do PSL que a bancada será liberada para comparecer aos atos. Inicialmente, as manifestações eram contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), mas as pautas foram ampliadas para minimizar o radicalismo dos atos. Os organizadores ainda mantêm o Centrão como um dos alvos, mas dizem que também irão às ruas para defender a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro.