Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Lula pediu à Odebrecht 40 milhões de dólares em propina

Em contrapartida, o então presidente liberou 1 bilhão de dólares em financiamentos do BNDES que interessavam à empreiteira

Por Rodrigo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Daniel Pereira Atualizado em 12 abr 2017, 18h07 - Publicado em 12 abr 2017, 13h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu 40 milhões de dólares à Odebrecht em troca da aprovação de um financiamento bilionário para obras de interesse da companhia em Angola. A afirmação é de Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da empreiteira. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, ele contou ter sido procurado entre 2009 e 2010 por Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento, que em nome de Lula disse que o governo poderia aprovar o financiamento de 1 bilhão de dólares desde que a empresa pagasse os 40 milhões. Àquela altura, Lula era presidente da República.

    “Nós tínhamos interesse, era exportação de bens e serviços, nos tínhamos fechado vários contratos em Angola e que só demandavam essa linha de crédito para fazer exportação de bens e serviços. Quando veio essa negociação, de 1 bilhão, como sempre a gente fazia, a gente tentou mostrar com embasamento técnico que ali era importante […] Nunca tinha tido uma solicitação até porque era uma coisa legítima. Já no caso específico dessa negociação, 2009 e 2010, até acho [que era] porque estava se aproximando a eleição, veio o pedido solicitado pra mim por Paulo Bernardo na época, que veio por indicação do presidente Lula, para que a gente desse uma contribuição de 40 milhões de dólares e eles estariam fazendo a aprovação de uma linha [de crédito] de 1 bilhão de dólares”, disse o ex-presidente da Odebrecht.

    Como o dinheiro teria origem em negócios em Angola, Odebrecht conseguiu com a cúpula petista descontar 10% do valor, referentes ao custo da operação para transferir a cifra para o Brasil. Convertido ao câmbio da época, ao fim e ao cabo o repasse foi de 64 milhões de reais. O valor foi creditado diretamente na conta paralela que o PT mantinha junto à Odebrecht – e que era gerenciada pessoalmente por Marcelo Odebrecht. Uma parte desses recursos, como revelou o próprio empreiteiro, foi usada para pagar despesas de Lula.

    https://youtu.be/oK0sHaBrwIM

    É a primeira vez que vem a público um testemunho em que Marcelo Odebrecht afirma, com clareza, que o ex-presidente pediu dinheiro para abastecer a chamada conta da propina do PT – da qual ele próprio foi beneficiário, segundo o empreiteiro.

    Continua após a publicidade

    A conta registrou créditos de mais de 200 milhões de reais. Dela eram debitados repasses que a Odebrecht fazia ao partido e a seus dirigentes, de acordo com a necessidade. A Moro, Marcelo Odebrecht deixou claro que os créditos, invariavelmente, vinham de propinas negociadas com a cúpula petista.

    Além do valor pago em troca da liberação do financiamento de 1 bilhão que bancaria contratos da empresa em Angola, Odebrecht conta que um outro aporte, de 50 milhões, veio de um pedido feito pessoalmente a ele pelo então ministro Guido Mantega. O valor foi liberado em troca de uma medida provisória editada pelo governo petista que beneficiou a Braskem, braço petroquímico do Grupo Odebrecht.

    POSIÇÃO ITALIANO
    EXTRATO – A conta que o PT mantinha junto à Odebrecht: saldo chegou a 200 milhões de reais (veja.com/VEJA.com)
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.