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Lula não deve ir a Porto Alegre no dia de seu julgamento

Advogados aconselharam petista a não participar de manifestações na capital gaúcha para evitar acirramento de ânimos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 10 jan 2018, 14h06 - Publicado em 10 jan 2018, 10h45
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  • O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá acompanhar de São Paulo o julgamento que definirá o seu destino político, no próximo dia 24 de janeiro. Advogados aconselharam o petista a não participar de manifestações em Porto Alegre, onde fica a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sob o argumento de que é preciso cautela para evitar confrontos e acirramento de ânimos.

    “A ida de Lula a Porto Alegre sempre esteve condicionada à possibilidade de ele ser ouvido no julgamento”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS). O pedido feito pela defesa do ex-presidente até agora não foi analisado pelo tribunal. “Não tem sentido ele ir lá e ficar olhando. As manifestações que estamos organizando na cidade serão de solidariedade e apoio, mas Lula não vai participar”, afirmou.

    Dirigentes do PT já trabalham com a perspectiva da condenação de Lula pelo TRF4, mas, mesmo assim, manterão sua candidatura ao Palácio do Planalto até o último recurso na Justiça. Se Lula for condenado no caso do tríplex do Guarujá em segunda instância, ficará inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa. Poderá, no entanto, permanecer na campanha deste ano até que todos os questionamentos de sua defesa sejam analisados.

    A estratégia do PT é partir para o enfrentamento no palanque, na tentativa de defender Lula. É provável que, em um cenário de condenação, a candidatura do ex-presidente seja impugnada, mas o cálculo dos petistas é de que, até isso ocorrer, ele conseguirá passar a ideia de “perseguição política”.

    A cúpula do PT avalia que, se Lula for impedido de concorrer e sua prisão for decretada, ele virará “mártir” e será importante cabo eleitoral. Embora oficialmente todos os dirigentes do partido digam que não há plano B para o caso de o ex-presidente não disputar, a aposta, até agora, recai sobre o ex-governador da Bahia Jaques Wagner. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad deve concorrer ao Senado.

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