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Lula indica Gleisi como sua porta-voz enquanto estiver preso

Em reunião com a cúpula do partido no sindicato dos metalúrgicos, ex-presidente deu ordem para evitar disputa de poder dentro da legenda

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 9 abr 2018, 15h10 - Publicado em 9 abr 2018, 12h27
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  • Algumas horas antes de furar o bloqueio imposto por militantes ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista e se entregar à Polícia Federal (PF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, reuniu vice-presidentes e demais dirigentes do PT, parlamentares e líderes de movimentos sociais para dar uma de suas últimas orientações políticas antes de ir para a prisão: enquanto estiver na cadeia, em Curitiba, quem fala por ele sobre assuntos do partido é a senadora paranaense Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda.

    À primeira vista, a ordem, anunciada em uma sala reservada, pareceu redundante, já que Gleisi foi eleita com maioria absoluta (61% dos votos) no 6º Congresso Nacional do PT em junho do ano passado, em Brasília. Lula, líder de fato da legenda, no entanto, teme que, na sua ausência, as correntes e grupos internos que disputam espaço no partido deflagrem uma guerra fratricida pelo poder.

    Além de evitar um racha no PT, ao dar poder a Gleisi, Lula cria um canal para manter seu controle sobre o partido. Segundo líderes petistas, a decisão contrariou setores que defendiam a nomeação de um porta-voz para o período em que o ex-presidente estiver na cadeia.

    De acordo com pessoas que acompanharam o desenrolar da prisão do petista nos últimos dias, as idas e vindas nos processos de tomada de decisões durante as negociações com a Polícia Federal para a rendição serviram como termômetro do que pode acontecer ao partido sem o comando de Lula.

    Um exemplo citado foi a escolha dos três emissários responsáveis por conduzir as negociações com a PF, que, conforme auxiliares de Lula, só foi decidida após uma intensa disputa entre correntes, bancadas e movimentos sociais ligados ao PT.

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    A reunião na qual Lula indicou Gleisi como porta-voz teve a participação dos vice-presidentes do PT Marcio Macedo, Paulo Teixeira e Alberto Cantalice, do tesoureiro Emídio de Souza, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e de integrantes de movimentos sociais. Segundo um dos participantes, Lula anunciou que a senadora é sua representante e mudou rapidamente de assunto, não dando margem a questionamentos.

    Denúncia

    Gleisi é ré na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, em 2010, 1 milhão de reais do esquema de corrupção na Petrobras foi destinado à campanha da petista ao Senado. Ela nega e se diz “vítima de perseguição política”.

    A senadora integra a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), mas até a eleição não participava ativamente da vida orgânica do partido. A escolha de Gleisi foi uma decisão pessoal de Lula, que temia a vitória de Lindbergh, apoiado por correntes da esquerda petista como Mensagem e Democracia Socialista.

    Ao transferir poderes à presidente do PT, no entanto, Lula deixou claro que as decisões jurídicas cabem à sua equipe de advogados, comandada por Cristiano Zanin Martins. Alguns líderes petistas avaliam que, se Lula passar muito tempo preso, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do PT, pode perder espaço.

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