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Lava Jato denuncia Bendine por corrupção passiva

Ministério Público acusa Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, de receber propina para beneficiar a empreiteira Odebrecht

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 22 ago 2017, 12h34 - Publicado em 22 ago 2017, 11h56
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  • O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Também são acusados os empresários Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, os operadores André Gustavo e Antonio Carlos Vieira da Silva e o doleiro Álvaro Novis. Os crimes atribuídos ao grupo são corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, embaraço à investigação e organização criminosa.

    Bendine é acusado de exigir 17 milhões de reais em propinas da Odebrecht. Segundo a investigação, ele acabou recebendo 3 milhões de reais em três parcelas de 1 milhão entre junho e julho de 2015 enquanto ocupava a Presidência da Petrobras. Em troca teria agido em defesa dos interesses da empreiteira. Bendine foi preso em 27 de julho na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato.

    O executivo esteve à frente do Banco do Brasil entre 17 de abril de 2009 e 6 de fevereiro de 2015, e foi presidente da Petrobras entre 6 de fevereiro de 2015 e 30 de maio de 2016.

    A investigação da Operação Cobra apontou que, na véspera de assumir a presidência da estatal petrolífera, Bendine e um de seus operadores financeiros solicitaram novamente propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. O pedido teria ocorrido para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na estatal, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.

    Prisão

    Durante entrevista coletiva para detalhar as acusações contra o ex-executivo, o procurador da República Athayde Ribeiro Costa estimou em 25 anos o tempo de prisão caso Bendine seja considerado culpado pela Justiça. Na avaliação de Costa, é importante neste momento manter a prisão preventiva do ex-presidente da Petrobras, uma vez que ele teria tentado intervir nas investigações: “Apenas dois dias antes da investigação, Aldemir Bendine fez contato telefônico com o motorista para tentar impedir o seu depoimento e obstruir as investigações. Isso mostra a necessidade da prisão”.

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    O procurador ressaltou que a decisão caberá ao relator da Lava Jato no STF, o ministro Edson Fachin, mas que está confiante na manutenção da prisão. Athayde Costa também afirmou que, enquanto presidente da Petrobras, Aldemir Bendine se apresentava como representante da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). No entanto, durante as investigações, o MPF não encontrou elementos que corroborassem a participação da petista nos atos ilícitos cometidos pelo ex-executivo.

    (Com Estadão Conteúdo)

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