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Justiça autoriza e PF vai investigar ‘laranjas’ do PSL em Pernambuco

Candidatas do partido do presidente Jair Bolsonaro no estado receberam repasses acima de R$ 250 mil do Fundo Eleitoral, mas obtiveram resultados pífios

Por Da Redação
9 mar 2019, 10h27
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  • O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) autorizou a Polícia Federal a investigar suposto esquema de irregularidades na aplicação do fundo eleitoral do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, no estado durante a campanha de 2018. O inquérito deve ser aberto nos próximos dias, diz a PF.

    A autorização foi concedida após a divulgação, pela Folha de S. Paulo, de que a secretária do PSL no Estado, Maria de Lourdes Paixão, recebeu 400.000 reais de verba pública eleitoral para sua candidatura a deputada federal, obtendo apenas 247 votos. O valor, a terceira maior cota do fundo eleitoral do partido – maior até do que a recebida por Bolsonaro – foi depositado a poucos dias da votação para pagar a impressão de santinhos e adesivos em uma gráfica.

    Maria de Lourdes já prestou depoimento, mas, segundo o delegado Roberto Carvalho, que vai comandar o inquérito, ela pode ser chamada para prestar novos esclarecimentos. O advogado Ademar Rigueira, que defende Maria de Lourdes, disse que “tudo já foi esclarecido em depoimento”.

    “Assim que for instaurado o inquérito, vamos fornecer tudo que for preciso para encerrar isso o mais rápido possível”, disse.

    ‘Apostas erradas’

    No mês passado, em entrevista a VEJA, o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, classificou casos como o de Lourdes e o da sua ex-assessora Erika Teixeira – 250.000 reais do fundo para 1.315 votos, como “apostas erradas”.

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    “São apostas erradas. Como é que poderíamos saber que uma candidata não ia ter voto, se ela te disse que ia, que conhecia o padeiro da esquina, o cara da farmácia? Às vezes ela tem a ilusão de que vai ser eleita e você não tem como diferenciar o que é o sonho dela e o que é a verdade”, argumentou.

    Outra situação semelhante envolvendo o partido é investigada em Minas Gerais, onde o diretório estadual era presidido, no pleito do ano passado, pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. No estado, ao menos quatro candidatas foram citadas como possíveis “laranjas” e outras duas disseram em entrevistas terem sido convidadas a participar de um esquema do gênero. O ministro nega todas as acusações.

    (Com Estadão Conteúdo)

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