A participação de Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, no programa Roda Viva, da TV Cultura, foi uma oportunidade para que ele conversasse com a advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que está cotada para ser a vice na sua chapa. Se na semana passada Bolsonaro disse a VEJA que estava pessimista, ontem, na saída dos estúdios da emissora, ele mudou o discurso: “Acho que o nome dela tem muita chance”.
“Ela não é mais uma opção, ela é a opção, está excelente. É a melhor opção que nós temos no momento”, disse o deputado. Lideranças do PSL ouvidas por VEJA após a conversa dizem que a advogada segue reticente ao convite por questões familiares, mas que a conversa avançou e o partido acredita que até o final da semana ela possa aceitar.
Questionada, a advogada disse que os dois falaram sobre as visões para o Brasil por cerca de duas horas. Ela também disse que, se não for para ser a vice na chapa, desistiu de se candidatar a qualquer outro cargo no pleito. Antes, era tida como puxadora de votos para o PSL para a formação de uma bancada na Assembleia Legislativa de São Paulo.
O plano é que o vice seja apresentado durante a convenção estadual do partido em São Paulo, prevista para o próximo domingo. Na data, o PSL, que decidiu ficar fora da disputa pelo governo paulista, vai lançar a candidatura do deputado federal Major Olímpio (PSL-SP) ao Senado.
A favor da advogada, segundo o deputado Luciano Bivar (PSL-PE), conta o fato dela ser mulher, visto como importante para a campanha. “Certamente vai desaguar em ser uma chapa entre um homem e uma mulher”, disse Bivar, presidente licenciado do partido. Pesquisa exclusiva de VEJA divulgada na edição desta semana mostra que, se Bolsonaro tem citação espontânea de 22% dos homens, esse número cai para 7% quando são analisadas apenas as mulheres.
Se Janaína, que já é a terceira pessoa a ser convidada, recusar, os “próximos” da lista, segundo o candidato, são dois homens: o empresário Luís Philippe de Orleans e Bragança, herdeiro da família real brasileira que ostenta o título de “príncipe”, e o deputado Marcelo Álvaro Antônio, presidente da legenda em Minas Gerais. “Já conversei com o príncipe. Acho que não fugiria dele [se Janaína recusar]”, afirmou o candidato do PSL.
Já Álvaro Antônio é seu “paraquedas reserva”, segundo Bolsonaro. O nome do astronauta Marcos Pontes foi praticamente descartado. “Tem o astronauta, mas dois militares ficaria meio pesado”. Antes de Janaína Paschoal, o deputado convidou o senador Magno Malta (PR-ES) e o general da reserva Augusto Heleno (PRP). Malta preferiu se reeleger para o Senado, enquanto Heleno não pôde aceitar por decisão do PRP, partido nanico que se recusou a apoiá-lo para o Planalto.