O ex-deputado federal Jean Wyllys e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), trocaram farpas nas redes sociais nesta sexta-feira, 14. Depois de Leite anunciar que vai manter as escolas cívico-militares do estado, Wyllys condenou o posicionamento e chamou o mandatário gaúcho de “gay com homofobia internalizada”, antes de supor que ele tem “libido em relação ao autoritarismo”. Em resposta, Leite classificou a manifestação como “deprimente e cheia de preconceitos”.
No início da semana, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, uma das bandeiras de governo do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). A medida gerou reação em chefes do Executivo no país, como os governadores de Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que anunciaram que as escolas conduzidas neste modelo, em seus estados, seriam mantidas. Leite fez o mesmo, em publicação no Twitter, no início da tarde de sexta-feira. Horas depois, foi criticado por Jean Wyllys na mesma rede social.
“Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee!”, escreveu, ao compartilhar imagem da publicação do governador gaúcho.
Em seguida, o ex-deputado compartilhou ainda outra publicação, que dizia que “Eduardo Leite, o homossexual bolsonarista do Rio Grande do Sul, tem homofobia internalizada”. O post também afirmava que não era “preconceito reconhecer isso”. Assumidamente homossexual, Leite, então, devolveu.
“Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… E que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância”, respondeu, mencionando o perfil do ex-deputado.
De volta ao Brasil após quatro anos fora do país, Wyllys teve seu retorno comemorado pela primeira-dama, Janja, e deve ocupar cargo de assessor na Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal.