O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, questionou nesta segunda-feira o patriotismo do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao lembrar que ele já prestou reverência à bandeira dos Estados Unidos e que defendeu parcerias com os norte-americanos para “salvar” a floresta Amazônica.
“Quem bate continência para a bandeira americana é que deveria explicar porque usa verde e amarelo. Quem desonra a própria bandeira que tem que dar explicação”, disse Haddad após ser perguntado por que sua campanha deixou de lado o vermelho do PT nas propagandas eleitorais. A sua equipe estendeu uma bandeira brasileira como cenário de fundo para a coletiva de imprensa concedida nesta segunda-feira em um hotel na Zona Sul de São Paulo. Às segundas, o ex-prefeito de São Paulo costumava visitar o ex-presidente Lula em Curitiba e dar entrevistas em frente à Superintendência da Polícia Federal, onde ele está preso.
Na tentativa de atrair apoio de outros partidos e avançar sobre o eleitorado de Bolsonaro, a campanha de Haddad atenuou o discurso, tirou a imagem de Lula das peças publicitárias e passou a falar em nacionalismo e valores familiares.
Num claro aceno às lideranças de outras siglas, o ex-prefeito de São Paulo declarou que está disposto a “qualquer tipo” de gesto para formar uma “frente ampla” contra Bolsonaro, considerado por ele uma “ameaça à democracia”. “O governo teria que ser mais amplo do que nunca”, completou.
Apesar da mudança de postura, a campanha petista ainda não conseguiu o apoio almejado. Haddad disse hoje que pedirá “mais empenho” do PDT, de Ciro Gomes, em prol de sua candidatura. “Devo ligar para ele (presidente do partido, Carlos Lupi) para agradecer e pedir mais empenho porque, se Bolsonaro ganhar, os trabalhadores vão perder mais direitos e o Lupi é trabalhista”, afirmou.
O PT esperava no segundo turno um engajamento maior de Ciro, que recebeu 13 milhões de votos no primeiro turno, mas ele decidiu se afastar das eleições e viajar com a família para o exterior.