A Polícia Federal informou que prendeu, em Portugal, o hacker que teria atacado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das eleições municipais. A operação deflagrada na manhã deste sábado, 28, vésperas do segundo turno das eleições, e foi apelidada de “operação Exploit” e cumpriu mandados de busca e apreensão também no Brasil, além de três medidas cautelares de proibição de contatos entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A própria PF explica que Exploit é uma parte do software, um pedaço de dados ou uma sequência de comandos que tomam vantagem de um defeito a fim de causar um comportamento acidental em algum computador.
Segundo informações da PF, o inquérito policial mostra que um grupo de hackers brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, foi responsável pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE. O grupo teria tido acesso ilegal aos dados de servidores públicos do tribunal e os dados foram divulgados no dia 15 de novembro, data do primeiro turno das eleições. Os hackers também teriam sido responsáveis por outros ataques como o que aconteceu nesta semana ao Tribunal Regional Federal (TRF) da primeira região.
A ação dos hackers no sistemas do TSE levou a uma série de teorias da conspiração sobre fraudes eleitorais, mas o TSE garante que o sistema de urnas eletrônicas não foi violado. As urnas são distribuídas em todo o país e não são conectadas à internet, o que impede ataques hackers, segundo o TSE.
No primeiro turno das eleições, o TSE também teve dificuldades com seu super computador comprado da Oracle, uma empresa americana, para contabilizar votos e atrasou a divulgação dos resultados. Este atraso alimentou ainda mais as teorias de fraudes eleitorais. Em nota, o TSE diz que agora está ‘devidamente preparado para a realização exitosa do segundo turno’.
De qualquer forma, o clima de fraudes eleitorais foi aproveitado pelo presidente Jair Bolsonaro para defender mais uma vez que o sistema eleitoral volte a ser por meio do voto impresso. Bolsonaro chega a afirmar, mesmo sem apresentar provas, de que as eleições que o elegeram foram fraudadas. “Eu não confio no sistema eleitoral”, disse o presidente a apoiadores no dia 20 de novembro, quando ele mesmo divulgou suas falas em redes sociais. “Fui eleito porque tive muito voto, mas foi roubado demais… Ninguém acredita nesse voto eletrônico. Tenho certeza de que o parlamento vai resolver isso e vai ser resolvido no início do ano que vem”, disse o presidente dando a entender que vai trabalhar no Congresso para alterar a forma de voto. Apesar das críticas de Bolsonaro, especialistas afirmam que o sistema de votos brasileiro é um dos mais seguros do mundo.